Autor: Dinha Prince
Censura: Livre
Gênero: Romance
Casal: Severus/Hermione
Spoilers: Universo Alternativo
Avisos ou Alertas: Nenhum
Desafio: jantar
Resumo: Severo erra e pede perdão de uma forma muito romântica.
Notas: Feito para o MiniFest de Valentine's 2010 do SnapeFest.
Agradecimentos: A todos da comu “Minhas fanfics Severus Snape”, as Snapetes e a todas do SnapeFest e SexySnape
Disclaimer: Todos os nomes e personagens que você consegue reconhecer são de JKR, os outros são meus.
O homem bufou. Mulherzinha difícil! Levantou e foi atrás dela, encontrou-a lavando louça à moda trouxa.
- Hermione, você sabe muito bem...
- Sei muito bem o quê? Sei muito bem o quê? - ela indagou desafiadoramente virando-se para ele com as mãos cheias de sabão, fechou a bica – O que eu sei Severo é que você tem vergonha de andar comigo em público! Estamos juntos há três anos, três anos – ela disse mostrando a ele os dedos - e você até agora não decidiu assumir nosso relacionamento! - largou a esponja na pia e foi em direção a porta.
- Hermione – ele falou tentando argumentar.
- Dá licença!
- Hermione.
- SAI DA FRENTE!
Não ia adiantar tentar falar com ela, Severo deu passagem e deixou a mulher quase espumando de raiva passar. A porta do quarto bateu forte, ele sabia que a discussão estava encerrada. Calçou as botas, vestiu a casacae desligou a televisão. Antes de sair olhou para o corredor escuro que levava ao quarto da amante. Pensou no quanto significava para ela um jantar no dia de São Valentim em um local no qual muitos casais também estariam comemorando suas uniões. Olhou para o calendário, treze de fevereiro. Como tinha conseguido arrumar uma briga daquelas às vésperas do dia dos namorados? Somente sendo Severo Snape mesmo. Saiu trancando a porta.
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Ele não tinha ligado nem mandado coruja. “Um grosso!” Hermione pensou jogada no sofá, vestida de baby-doll, aguardando um sinal de vida do dito cujo. Não aguentava mais ficar mudando de canal. Quando a campainha tocou ela deu um pulo do sofá e saiu correndo em direção a porta, quase pisou em Bichento que reclamou.
- Desculpa meu amor – pediu enquanto vestia o robe. Destrancou a porta e abriu – Boa tarde!
Mas não tinha ninguém, apenas uma caixa no chão. Hermione olhou de um lado para o outro no corredor e não viu um ser vivo além das plantas nos jarros. Será que era alguma brincadeira de um dos meninos do prédio? O filho do vizinho do duzentos e seis era uma peste! Severo quase o azarou uma vez. Abaixou-se e pegou a grande caixa, entrou. Pôs o pacote sobre a mesa e foi em busca da varinha que estava em algum lugar da sala.
- Speciallis Revelio.
Não aconteceu nada. Deixou a varinha de lado e abriu o embrulho. Seu queixo quase foi ao chão. Havia um vestido amarelo ouro, um par de sandália de cristais e um pequeno cartão!
- AAAAAAAAAAH! - Hermione gritou ao pular de alegria. Não estava acreditando que Severo tinha feito tal coisa. Abriu eufórica o cartão.
Cara Senhorita Granger,
A data de hoje não é para ficar em casa aguardando aquele que não virá.
Por favor, conceda-me sua companhia esta noite.
O táxi virá buscá-la às oito horas.
Com respeito,
Seu admirador secreto.
Hermione caiu sentada na cadeira. Não fora Severo quem tinha mandado tal presente para ela?! Não estava acreditando. Deixou a cabeça cair em cima do tampo de vidro da mesa. Que horas eram? Esticou-se para o lado e olhou para o relógio pendurado no alto da parede da cozinha. Faltavam cinco minutos para seis e até agora nada dele. Seus amendoados voltaram para o cartão entre seus dedos. Estava curiosa, decidida a saber quem era o tal admirador secreto, nunca tinha sequer imaginado que poderia ter um. Mas... não estaria traindo Severo? “Não!”, a voz em sua cabeça respondeu. É mesmo! Ele tinha feito aquela desfeita no dia anterior e ainda não tinha dado as caras. Se alguém reconhecia a mulher que ela era não tinha nada de mais ser educada com essa pessoa. Pegou a caixa e correu para o quarto, tinha apenas duas horas para se arrumar.
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Às sete e cinquenta e oito Hermione estava na porta do prédio com seu tubinho tomara-que-caia cor de ouro, calçando a sandália de salto mediano de cristais, lindamente maquiada, perfumada e com seus cabelos rebeldes lisos, brilhantes e soltos. Levava apenas uma carteira de mão a tira colo. O táxi chegou pontualmente. Na verdade não era um táxi e sim um Mercedes quatro portas todo preto de vidro fumê. O motorista saltou e foi ao encontro dela.
- Boa noite senhorita Granger.
Hermione sentiu um leve arrepio ao ouvir a voz sedosa, poderia jurar que era Severo se o homem não fosse tão diferente fisicamente. Musculoso, pele queimada de sol, sorriso de comercial de pasta de dente, cabelos cortados e simpático; resumindo, nada de semelhante com o seu Severo a não ser a voz.
Ele a guiou até o carro segurando-a com delicadeza pela ponta dos dedos. Abriu a porta para que ela entrasse.
- Obrigada. - Hermione agradeceu espantada com o cavalheirismo do homem, isso ele também tinha de parecido com seu Sevvie. “Está indo para um encontro com um estranho e pensando em Snape o tempo todo!”, brigou com ela mesma.
O motorista deu a volta no carro e entrou, ao girar a chave falou:
- Logo estaremos no local desejado senhorita.
Hermione encontrou os olhos dele através do retrovisor, escuros feito duas cavernas. Sentiu sua bochecha esquentar e desviou o olhar. Ele estava flertando com ela? Reparou que o nariz dele parecia ter mudado, deu de ombros. O homem deu a partida no carro e Hermione passou a esperar com expectativa.
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Ela realmente não sabia para qual lugar estava sendo levada, já estavam há meia hora andando pela cidade, ou melhor fora, pois observava através do vidro escuro que subiam uma ladeira cercada por floresta de ambos os lados. Para aonde estava indo? Abriu a bolsa e pegou a varinha, qualquer coisa acertaria o tarado em cheio! O motorista tinha dado um gole numa garrafinha muito suspeita. Quando o carro parou ela olhou para o retrovisor e achou o motorista um tanto quanto... estranho.
- Já chegamos senhorita.
E a porta do carro abriu automaticamente.
“Nossa cadê aquela gentileza toda?”, ela se perguntou ao descer do carro. Não precisou procurar o local, pois não muito longe estava uma tenda branca, iluminada e e de dentro vinha música agradável, era o som de violinos e violoncelos. O encanto, quebrado pelo local ermo e a grosseria do motorista, voltou mais forte do que antes. Havia um caminho de pedras que a levava até a tenda. Queria tanto que Severo fizesse tal coisa! Espantou o pensamento com um estalar de dedos e tratou de andar. Ao chegar próxima a tenda respirou fundo falhando na tentativa de afastar o nervosismo, puxou o fino pano branco que era a porta de entrada e seus olhos não acreditaram no que viram. Uma mini orquestra no canto esquerdo composta por cinco músicos que sorriram ao vê-la, no centro uma mesa ricamente posta onde pétalas de rosas vermelhas estavam espalhadas por toda a toalha branca decorando-a. Os candelabros ostentavam velas apagadas pois um luxuoso lustre no alto iluminava o ambiente. Do lado direito, dois garçons ao lado de um buffet. Logo que ela pisou dentro da tenda um dos homens veio recebê-la.
- Boa noite senhorita.
Ela só conseguiu balbuciar algo ininteligível tamanha era sua surpresa. Reparou que seu salto não encontrou a grama mas sim uma tábua corrida, olhou do chão para o lustre. Como conseguiram colocar tais coisas ali?
- Senhorita?
Hermione deixou de lado o pensamento para acompanhar o anfitrião. Sentou quando o homem puxou a cadeira e acomodou-se esperando o admirador secreto. A luz do lustre foi substituída pela das velas. Os músicos tocavam uma melodia suave que a fez fechar os olhos e sonhar; viajar até onde estaria a teimosia em pessoa: Severo Snape. Por mais que estivesse admirada e encantada com tudo aquilo no fundo queria estar com o seu morcegão. Suspirou triste. Recostou-se nas costas confortáveis da cadeira e deixou a cabeça pender para trás. Os músicos pararam apenas para mudar de melodia e um odor forte de tabaco com almíscar alastrou-se pela tenda, Hermione fez menção de levantar a cabeça mas dedos em suas têmporas a pararam. Uma massagem gostosa, relaxou o corpo. Só tinha uma pessoa que massageava daquele jeito.
- Severo?
No lugar de resposta um pano de seda veio para tapar seus olhos. Alguns dedos escorregaram do cabelo para os lábios cintilantes dela enquanto que outros deslizaram por seu braço indo parar em sua mão. Um convite para dançar.
- Severo?
Um abraço pelas costas. Ela quase derreteu quando o nariz entrou por seus fios lisos e roçou em sua nuca, as pernas faltaram. Ele a virou. Hermione agora sentia o hálito quente, sabia que estava cerca da boca, preparou-se para o beijo... que não ocorreu. O sádico torturador no último instante tomou outro rumo indo acariciar as maçãs do rosto dela com os lábios finos. A abraçou e ela correspondeu e juntos bailaram ao som da música perfeita para dois corações apaixonados. Hermione não sentiu o tempo passar, o mundo além deles sempre parecia desaparecer devido o quão grande era o sentimento que os unia. Uma grifinória e um sonserino. A amiga de Harry Potter e o devoto de Voldemort. A heroína de guerra e o Comensal da Morte. A nascida-trouxa e o mestiço. A Sabe-Tudo e o Morcego das masmorras. A ex-aluna e o Professor. Tantos títulos, tantos rótulos. As pessoas não estavam preparadas parar enxergar era Hermione Granger e Severo Snape. Duas almas que nasceram em épocas diferentes e que viviam solitárias até descobrirem interesses comuns aos dois. Uma guerra os aproximou, mas foi o amor quem os uniu.
Ele desamarrou o pano, Hermione piscou adaptando sua vista a enxergar de novo. A mão dela foi ao encontro do rosto dele que inclinou a cabeça deitando na pele macia da mulher.
- Você é a pessoa mais romântica que eu conheço – ela disse admirando-o.
- Tudo para o seu deleite. Desculpe Hermione – ele pediu.
Ela continuou a olhá-lo.
- Eu não tenho vergonha de você, mas... é que... sabe... - eles pararam de dançar e ficaram se encarando – Eu temo por você, pelo o que farão.
- Severo entenda algo. Eu não sou uma adolescente movida a hormônios, sou uma mulher movida a paixão, amor. Sei que muitos recriminarão, mas desde quando a Sabe-Tudo da Grifinória recuou diante de algum desafio?
Severo gostou de ver o brilho nos olhos dela no mesmo grau do sorriso.
- Eu amo você. - Ele declarou – Eu amo você – repetiu abraçando-a para depois afastar-se um pouco.
- Eu também, eu também. – Hermione proferiu sendo apertada pelos braços dele – Feliz dia dos namorados!- o saudou.
- Por que já está felicitando-me? À noite nem começou, só serei um homem feliz amanhã de manhã quando acordar ao seu lado.
- Hum... quer dizer que guarda mais surpresas? - ela perguntou dispensando um olhar travesso.
Num puxão rápido seus corpos estavam colados, rosto com rosto.
- Não chegamos nem na entrada. Seu motorista ainda tem muito o que mostrar.
Outra vez o queixo dela quase foi ao chão.
- O quê? - ela indagou seu acreditar empurrando-o – Era...era você o tempo todo?
- Claro, quem mais teria tão bom gosto? - Severo indagou convencido.
Foi a vez de Hermione arquear a sobrancelha e cruzar os braços na altura do peito.
Uma gargalhada gutural e gostosa reverberou por debaixo da tenda.
N/A: Deixe seu comment se possível. Sorry pelos erros e até a próxima;*
Aw, que surpresa romântica, Dinha. Bom, Severus tinha mesmo que se redimir. Mas não significa bancar o bobinho romântico. huahuhauhuahuah
ResponderExcluirNaquela parte em que ela está de olhos vendados, não sei se é porque eu estava lendo de olhos arregalados, mas só lendo novamente que eu vi que a cena era mais legal ainda. Eu não tinha mentalizado a venda: também estava olhando o cenário do chão ao lindo lustre.
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