terça-feira, 23 de junho de 2009

Fic da Dani

Nome: PS.: EU DESCOBRI QUE TE AMO


Autora: Daniele Araújo (Dani Snape)

Betas: Carine

Status: Concluída

Tipo: Romance/Comédia

Shipper: SS/OP

Censura: G - Fanfic Livre

Criada em:04/02/2009

Dedicatória:
Dedico essa fic a minha grande amiga Carine. A qual eu tive o imenso prazer de conhecer, meio que por acaso, obra do destino. Sem saber ela me ajudou muito, e não me fez desistir dos meus sonhos. OBRIGADA por me fazer publicar minha fic!!!! Nossa amizade vai crescendo e se fortalecendo, a cada palavra, gesto, ou ação. Mas, mesmo com a distância , a nossa amizade cresce e se enobrece , deixando-me feliz só de saber que o você existe e está feliz.
Resumo: Uma aluna, novata de Hogwarts, resolve enviar corujas para outra pessoa, tão solitária quanto ela. Mas será que Severus Snape quer um novo amigo?




Gemialidades Weasley's



O Beco Diagonal estava fervendo, para todo lugar que se olhasse haviam bruxos indo e vindo em um frenesi de sacolas balançando e batendo umas nas outras. E nesse belo e movimentado lugar, uma jovem bruxa resolveu visitar a nova sensação do momento: a inesquecível Gemialidades Weasley's (seu local preferido)... Essa loja que não era muito grande, mas era muito bem organizada, estava sempre movimentada e lotada de curiosidades.

_Vamos entrar, tia Pandora... Por favor??? (Ana olha para sua tia com seus olhinhos pidões).

_Está bem, mas por pouco tempo!!!! (Pandora falava firme, mas com um leve sorriso no rosto).

E correndo, Ana Lemenhe entrou às pressas na lojinha...

_Olá Sr. Weasley, o quê o senhor tem de novidade para mim? (Lemenhe tinha entrado radiante como sempre).

_Para a senhorita, temos bombas coloridas de efeito neon, acabaram de chegar da Romênia!

Os olhos dela brilharam, mas ao encontrar os olhos reprovadores da tia Pandora (que odiava bagunça e barulho) a garota mudou ligeiramente de expressão...

_Que tal algo mais silencioso?! (Ela deu um sorriso traquina).

_Compreendo... (disse o ruivo, olhando para a velha bruxa que acompanhava Ana).

_A senhorita gosta de escrever, não gosta? (Ele tinha no rosto um olhar de xeque-mate!).

_Aham... adoro escrever cartas!

_Então vai adorar a nossa última invenção... Temos aqui uns papéis de carta muito especiais!

_Pergaminhos??? Eu já tenho muitos pergaminhos em casa (disse Ana um pouco desapontada).

_Duvido que sejam como esses! (Ele sorriu para a bela moça misteriosamente).

_Eles possuem um encantamento especial, senhorita Lemenhe... Não importa qual o feitiço ou poção que se use, não dá para saber quem os enviou...

Os olhos de Ana brilharam de uma maneira mais intensa, ela queria muito comprar aqueles pergaminhos!

“quem sabe no futuro seja útil?????” Ela pensava consigo mesma....

_Tia Pandora, eu gostaria muito mesmo de ganhar esses pergaminhos... (Ela falou com olhinhos pidões que passavam do pergaminho para sua tia, uma bruxa de meia idade que a olhava com uma expressão severa).

_Está bem Ana, mas chega de compras por hoje... Estou realmente muito cansada!

_Obrigada tia, a senhora é a melhor bruxa do mundo!!!!!! (Ela correu e abraçou a velha bruxa, que devolveu a demonstração de afeto com um belo sorriso).

_Agora vamos minha linda, você ainda tem de arrumar suas malas... Esqueceu-se que amanhã é o seu primeiro dia de Hogwarts?

_É mesmo... Eu odeio ficar mudando de colégio, esse já é o quarto...

_Não reclame querida, você teve a chance de conhecer várias pessoas e aprender vários idiomas, tente ser mais compreensiva com o seu pai!

_É... (Ela falou em um sussurro desanimado).

Ana Lemenhe era uma jovem com considerável beleza, inteligente e educada... Mas não tinha tanta facilidade assim para fazer amigos, ela nunca ficava tempo suficiente para fazer grandes amizades e desenvolver laços afetivos com as pessoas.

E isso realmente a incomodava... a jovem tinha muitos papéis de carta e quase sempre recebia corujas, pois a maioria das conversas que ela tinha com suas amigas eram todas através de cartas ou bilhetes! Ela recebia a maioria dessas correspondências durante as férias... Enquanto que no período letivo, ela ficava a maior parte do tempo na biblioteca estudando. Não que ela gostasse ou preferisse estudar muito, mas esse era um modo de ocupar a sua mente e esquecer as tristezas...

Quando ela chegou a Hogwarts, observou tudo o que pode e ficou muitíssimo impressionada com os fantasmas daquele castelo. De todos os colégios que havia estudado esse era o mais incrível de todos, e já havia estudado em vários países e estudado nas melhores instituições de bruxaria do mundo...

Uma das experiências mais interessantes pela qual ela passou foi a do chapéu seletor, ela já havia visto de tudo para a seleção de bruxos, provas, aritimância, ou o uso de bolas de cristal, mas um chapéu velho, meio rasgado e cheio de si, era a primeira vez! O chapéu seletor era remendado e tinha um péssimo aspecto, ele começou a falar dentro da cabeça da jovem, e parecia que para esse estranho objeto não havia segredos...

“Bem... vejamos... é estudiosa... daria uma boa corvinal... Mas na Lufa-Lufa daria certo também, você é leal, divertida, e quer muito mesmo fazer amigos... Sonserina realmente não combina com você... Grifinória.... não sei você é corajosa, mas não tem a cabeça fria, você é muito sentimental.... Mas creio que a Corvinal seria melhor.... você lê muito. O que você acha da Corvinal?”

“Não chapéu... Eu não quero ser uma sabe-tudo da Corvinal... O que eu sempre quis foi ter amigos, e por eles eu faria tudo inclusive arriscar minha vida.... eu faria tudo para ter amigos de verdade! ”

“Entendo.... Acredito que Lufa-Lufa lhe ajudaria muito com isso....”

E então o chapéu gritou para todos ouvirem:

_Lufa-Lufa!


***


Ana dividiu o quarto com uma jovem menina de rosto pálido, de olhos azuis como o oceano e o cabelo loiro era dividido ao meio em duas trancinhas. Ela atendia por Heloísa Linhares e era monitora da Lufa-Lufa. As duas ficaram amigas de cara, foi algo realmente impressionante. Elas conversaram muito sobre vários assuntos, falavam sobre os professores, e o que poderia ou não fazer nas aulas deles, estilo de prova, temperamento, e etc.

Heloísa deu a ficha completa de todos os professores para a sua mais recente amiga, mas o coração de Ana esquentou quando começaram a falar do professor de poções, que depois da batalha final escapara por um triz da morte, salvando Harry Potter de Voldemort, e depois se safou da condenação pelo Ministério, graças ao depoimento do Potter... Ele havia passado por um emocionante julgamento no ministério e conseguido escapar de maneira magistral de Askaban!

Ele era um homem solitário e mal-humorado, mas era um herói!!!!! Lemenhe ficou muito impressionada com tudo que ouvira sobre Snape. Aquilo tudo era novidade para a moça, pois Ana estava fora do país e por isso não sabia nenhum desses detalhes. Ela nem conhecia o professor Snape, mas estranhamente já gostava dele...

A jovem observou discretamente o professor de poções durante toda a aula, e os olhos dela sempre evitavam os deles, ela sentia suas mãos tremerem quando ele vinha avaliá-la, juntamente com Heloísa, sua dupla nas aulas.

Snape não percebeu nada de estranho no comportamento de Lemenhe, ele tinha muito preconceito com os alunos da Lufa-Lufa e apesar de não admitir abertamente, ele os achava inferiores, sempre rindo, bem humorados, tão revoltantemente simpáticos, solícitos e trapalhões...

“Definitivamente eles são muito irritantes...” (Pensava Snape ao observar a turma de lufa-lufas)


2 - O dia do amigo


Passados alguns meses, Ana começou a achar sua amiga Heloisa um pouco mais distante... E era verdade, Heloisa havia feito novas amizades com outras integrantes da corvinal, ela estava até namorando o artilheiro do time de quadribol, e agora deixava Ana quase sempre sozinha. Ela fingia não se importar com isso e refugiava-se nos enormes livros de poções, feitiços e herbologia, e etc.

***


Lemenhe acordou tranquilamente, parecia um dia extremamente comum. Até que a garota se deu conta, ao olhar em sua agenda de capa preta reluzente, que aquele dia era diferente dos outros, era um dia especial... Era o dia do amigo! E toda a Hogwarts estava fervendo, os alunos recebiam bilhetes e cartas de seus amigos, alguns vinham através de corujas, outros eram entregues pessoalmente ou enviados com algum feitiço.

Ana observava aquilo tudo ansiosa para receber uma cartinha, ela havia enviado três, uma delas para Heloísa... Ela olhava para o corujal e nada aconteceu, passou certo tempo no salão principal, saiu fora da biblioteca, esperando por um mísero bilhete... Ou até mesmo apenas um abraço amigo! Mas nada disso aconteceu... Heloísa não mandou nada pra ela, nem para qualquer outra pessoa.

De maneira geral, ela havia conseguido uma fama muito boa, era uma das melhores alunas e sempre tirava notas altas, mas as pessoas só se aproximavam dela a maior parte das vezes por interesse.... Melissa Woof, por exemplo, havia iniciado uma conversa com ela uma vez, e aparentemente queria ser sua amiga... Ana adorou a idéia de ter uma nova amiga e fazia tudo que Melissa pedia, inclusive ficar estudando até altas horas, durante semanas, para que Woof conseguisse notas boas em poções, mas quando a falsa Melissa conseguiu o que queria, simplesmente passou a ignorá-la... Hogwarts era grande e cheia de alunos, mas ela sentia-se sozinha a maior parte do tempo.

Observava quietinha no seu canto, geralmente segurando algum livro, o professor Snape que passava pelos corredores com aquele seu jeito esnobe, e altivo com a sua capa preta esvoaçante... Ele parecia superior a tudo, parecia estar além da alegria e da tristeza. Mas ela não conseguia parar de pensar que no fundo ele devia ser muito sozinho, e isso deveria ser uma maneira dele tentar fazer-se de forte, tentando simplesmente aparentar a todos que não precisava de ninguém...

Ana estava em um dos corredores quando viu uma cena que a impressionou muito, ela simplesmente ouviu os comentários que mudaram a sua vida para sempre:

_Lá vai o seboso... Eu tenho tanto nojo dele! (disse um aluno magrelo da Grifinória)

_Ouvi a professora Sinistra dizer que ele foi o único professor que não recebeu nenhum cartãozinho no dia do amigo! (Comentou maliciosamente um gordinho da Corvinal).

-HAHAHAHAHA!!!!! (Eles explodiam em risos)

_Ele não me engana não... Aquele morcegão!!!!! (respondeu um aluno espinhento da Lufa-Lufa, o qual Ana conhecia de vista).

_Ele é tão cruel, não me espanta ele não ter recebido nenhum cartãozinho... Ele é tão mal que nem tem amigos! (retrucou uma menininha da Corvinal, tentando se entrosar na conversa).

Outro aluno da Grifinória começou a imitá-lo enquanto todos os outros riam descontroladamente. Ana não achou a menor graça nisso tudo... E saiu andando discretamente pelos corredores, intuitivamente ela chegou à sala de poções. Ela havia seguido o professor Snape e nem percebera. A jovem ainda chegou a tempo de vê-lo trancar-se sozinho em sua sala. Ele a olhou de forma séria, mas novamente ela abaixou a cabeça e continuou andando com sua expressão tristonha. Severus ficou incomodado com o olhar dela e por diversas vezes se viu pensando nela... E no seu triste olhar...

Ana foi para o seu quarto e deu graças a Merlin por estar só, todos foram passear e, é claro, não haviam convidado Ana (de novo!). Ela tentou analisar toda a situação friamente, mas mesmo assim não conseguiu impedir as lágrimas, que rebeldes escapuliram pelos seus olhos tão expressivos,dançando em seu belo rosto.

“Ontem foi o dia do amigo...e eu não recebi um mísero bilhete!”

“Pelo menos eu não fui a única...o Snape também não recebeu nada....!”

“Eu não entendo....”

“Snape é um homem tão tristonho e amargurado, e apesar de tudo o que ele fez na época da guerra, as pessoas ainda o tratam daquela maneira!!! Isso é injusto demais... Ele é assim porque não tem amigos!!!!!! Ele é tão sozinho...ele é tão parecido comigo!!!”

No final dessa constatação ela estremeceu...

“Snape é como eu... ele só precisa de amigos!”

“Eu preciso tanto de um amigo...”

“Ele também...” (Lemenhe sorriu).

“Se eu pudesse ser amiga dele...”

“Mas se eu o chamasse para conversar... Não, não... Péssima idéia!... Ele com certeza iria me tratar mal. E dizer algo desagradável... Parece até que eu estou vendo o jeito dele...”

“_Está demente, senhorita Lemenhe... vinte pontos a menos para Lufa-Lufa!!!!!!!”

Ela riu ao imaginar as caras e bocas que ele faria.

“Não, ele iria apenas me matar!”
Pensou tristonhamente.

De repente um belo sorriso iluminou a expressão da mais bela lufa-lufa!

“Eu não preciso me identificar... Pelo menos, não inicialmente...”
Havia malícia no olhar dela.

“Vou mandar cartas para ele... E conquistarei a amizade dele, não tem como ele saber que sou eu... Genial!!!!”

A idéia apareceu inicialmente brilhante... E com o papel de carta, que ela havia ganhado de sua tia bloqueava feitiços localizadores, a garota poderia se arriscar sem medo de ser pega.

“O único risco que eu corro é de ganhar um novo amigo!!!”
Ela sorriu ao pensar nessa idéia.
Talvez a jovem Ana Lemenhe estivesse errada...

E quanto mais ela pensava, mais ela tinha a certeza de que não tinha nada a perder! Atualmente sua relação com o professor de poções não era boa nem ruim... Ele a tratava do mesmo modo que tratava todos os seus colegas da Lufa-Lufa, ou seja, extremamente mal!!!

_Isso será mamão com açúcar!!!!!! (Ela falou para si mesma, enquanto rabiscava sua primeira carta).

“Olá professor Snape,

Eu estou lhe enviando esse bilhete para lhe felicitar pelo dia do amigo. Eu não estou muito contente ultimamente, pois acabei de passar o dia do amigo sem nenhum amigo ao meu lado...

Então, serei direto...

Quero ser seu amigo.

Carinhosamente,

Alguém que lhe aprecia e lhe quer muito bem.”


Snape quase caiu da cadeira na qual estava sentado na mesa dos professores, quando recebeu a coruja marrom com um bilhete. Ele releu o manuscrito mais umas duas vezes...

_Mais que diabos é isso???(Ele falou para si mesmo, enrijecendo o semblante).

Snape estava possesso...

“Quando eu descobrir quem foi o engraçadinho que me enviou esse bilhetinho, eu vou colocá-lo em uma detenção tão ruim que até o Filtch vai ter pena!” (Ele deu um sorriso mau).

Ele ergueu sua varinha e disse de maneira firme e forte, em alto e bom som um feitiço para descobrir quem havia enviado aquele bilhetinho ridículo! Mas para seu espanto, nada aconteceu...
Snape ficou ainda mais possesso...

_Insolente!

_Alunos malditos... pra ser tão idiota assim só pode ser um aluno da Grifinória...

_Ou então... Um corvinal...para me mandar esse bilhete em um papel que bloqueia feitiços localizadores...é realmente algo muito inteligente...Ou então....Extremamente estúpido. Isso não é coisa de sonserino, tenho certeza! E um lufa-lufa não teria nem coragem nem inteligência suficiente para isso.

_Quero ver o que vai acontecer com essa esperteza toda quando eu pegar esse malandrinho!!!!!!(Snape bradou feroz cerrando os dentes...).



3 - Aproveite enquanto pode


Ana pensou que talvez o mau-humor de Snape passasse, ou ao menos diminuísse devido à presença do seu bilhetinho, mas isso não ocorreu, foi justamente o contrário; Severo piorou com todos os alunos, e as aulas dele ficaram ainda piores... Ele testava todos os alunos, e descontava neles o máximo que podia... Isso tudo ocorria com todos exceto, é claro, com os da sua casa: seus queridos sonserinos... E Lemenhe percebeu a diferença de tratamentos. Ela ficou muito decepcionada com a repercussão da sua tentativa de fazer amizade com o professor Snape, porém não desistiria tão fácil assim.

“Eu não vou desistir de você Severus Snape!” (pensava consigo mesma,enquanto folheava um livro na biblioteca)

E colocando a bela caneta com pena de pavão no tinteiro,começou escrever:


“Oi Professor Snape,

Bem..eu não sei o que dizer...
Estou pensando porque você está de tão mau-humor...
O que foi que aconteceu????.
Sou seu amigo e quero ajudá-lo...
Você pode contar comigo para qualquer coisa...

Ass.:Seu amigo secreto.

PS: A coruja ficará esperando por uma resposta."



Snape leu o bilhete com a sobrancelha levantada, e todos os músculos do seu rosto tencionados. Ao terminar teve vontade de matar o autor do bilhete... A coruja observava toda desconfiada o professor de poções, como se sentisse as intenções dele.

_Mais que desgraçado... O que é que ele pensa????....Dar conta da minha vida! Era o que me faltava... Por Merlin, eu só posso ter explodido o caldeirão de Morgana!!!!!!

_Aham... Está esperando uma resposta!!!!! Então você terá!!!!!!! (Snape deu um sorriso mal, era à hora de expressar toda a sua ironia e sarcasmo).


“Querido amigo secreto,

Se não sabe o que dizer então fique calado!
Realmente é uma surpresa! Não sabia que o senhor ou a senhorita tinha a capacidade de pensar.
Mandar-me recadinhos deprimentes é uma coisa tão estúpida que fiquei em dúvida...
Se é excesso de coragem, ou de burrice...
Quem sabe algum tipo de demência... Fica a dúvida!
Quanto à minha vida pessoal, não se intrometa onde não é chamado.
Definitivamente, a minha vida não é da sua conta!
Enfie uma coisa nessa sua cabeça oca, tão necessitada de intelecto:
Eu não sou nem nunca serei seu amigo!

Quando eu descobrir quem o senhor é,
Eu lhe prometo que se arrependerá de ter aprendido a escrever,
Eu o farei pagar pela sua audácia da pior maneira possível...

SS.

PS: Estou providenciando uma maneira de descobrir a sua verdadeira identidade, é apenas uma questão de tempo...

APROVEITE ENQUANTO PODE.”



Snape amarrou a carta na coruja marrom, enquanto colocava uma espécie de pega-coruja atrás da ave, desse modo ele seguiria o bicho e encontraria quem mandou o bilhete...

_Tsk, Tsk, Tsk... Vou te pegar!



4 - Maldita coruja!!!!!


Mas é claro que Ana havia pensado na possibilidade de Snape usar de algum tipo de artefato mágico ou algum tipo de magia, para conseguir encontrá-la através de sua coruja... Ela tinha o semblante sereno e calmo de um anjo melancólico,mas de boba não tinha nada.

A coruja ficaria no corujal esperando,e então Ana Lemenhe pegaria as correspondências no meio de uma confusão de aves...Nesse momento ela contava com a inteligência de sua coruja e o seu excesso de sorte.

Snape seguiu o artefato brilhante, um objeto redondo com pequenas asas como um pomo de ouro. Severo saiu rapidamente pelo castelo atrás do rápido pega-coruja, pegando atalhos e caminhos que apenas ele conhecia. E ao final de tudo ele se viu todo desgrenhado e suado, no meio de muitíssimas aves que piavam e se batiam escandalosamente em pleno corujal...

“Que ódio, hoje é dia de entrega... como eu pude me esquecer disso!”

O professor estava extremamente perto da garota, que estava escondida no canto... Ele aproximava-se perigosamente dela, e ela ouvia os passos dele em meio a toda aquela barulheira e pios de aves, Lemenhe encolhia-se com a proximidade dos passos, esperando pelo pior a qualquer instante....Ele estava perto demais!

As aves soltaram penas em Snape, que confuso viu uma ave marrom semelhante a que estava em seus aposentos, e puxando abruptamente o bicho, viu que era a ave errada. Snape recebeu em troca uma picada certeira na mão, enquanto outra coruja caia desmaiada em cima dele. Nessa confusão haviam outras aves que se alvoroçaram, sentindo-se acuadas com o intruso, uma verdadeira balburdia!!! O professor pisou nos excrementos de alguma coruja, escorregou, quase caindo ao chão com dezenas de corujas ouriçadas em cima dele!

_Malditas corujas!!!!!!!

“Santa corujinha! Foi por um triz!”
Ana pensou consigo mesma, enquanto prendia o riso.

Lemenhe andou cuidadosamente, não podia escorregar ou fazer qualquer barulho, abaixou-se devagar atrás da coluna, pegou as correspondências, e amarrou em outra coruja branca, totalmente diferente da sua e a soltou. Naquele momento, Severus brigava com uma coruja cinzenta, que não havia simpatizado com ele, a garota aproveitou e saiu sorrateiramente do corujal, deixando para trás um professor repleto de penas, imundo... Cheirando a coruja velha! E extremamente raivoso...

Ele procurou pela coruja de Ana, pronto para despená-la com as próprias mãos, mas ela era extremamente comum e difícil de encontrar... Lá havia umas quinze corujas semelhantes. O professor olhou para o pega –coruja e percebeu que no meio de toda aquela confusão ele havia caído e quebrado ao meio...

_MALDIÇÃO!!!!!!!!

Os olhos negros de Severus eram tenebrosos.



5 - Cheirando a coruja velha!!!!


Snape saiu enfurecido pelos corredores de Hogwarts, retirando pontos de todos os alunos que passavam a sua frente, espumando de raiva:

_Menos 10 pontos para Corvinal, Senhorita Karts, por andar correndo!

_Menos 15 pontos para Grifinória, senhor Walter, por estar perambulando pelos corredores!

Snape finalmente chegou à diretoria, para alívio de todos os estudantes de Hogwarts, e finalmente encontrou Dumbledore, tomando chá com biscoitostranquilamente.

_Olá Severus!

_Alvo, alguma coisa precisa ser feita, eu não posso ser desrespeitado dessa maneira!

Snape bradava feroz, enquanto algumas penas desgrudavam da sua roupa e caiam no chão.

_Calma Severo, primeiro me conte por que está assim... Cheio de penas...(Alvo estava prendendo o riso).

_Veja isso...(Ele empurrou os bilhetes que havia recebido para Dumbledore).

_Ah sim... Papéis de carta com anti-rastreador, muito interessante... Eu queria ter comprado uns pra mim, mas quando cheguei na loja haviam acabado!

_Não estou falando disso, o conteúdo do bilhete, leia!

_Bem... muito interessante,eu queria ter ganho um assim, mas só ganhei um cartãozinho...Bonito...Mas sem emoção, nem mistério...

_Não acredito nisso, Alvo!!!!!! Isso é uma falta de respeito!!!!!!

_Não, Severo... acalme-se....Você está enganado, isso não é desrespeito...Isso é amizade!!!!!!

_Mas eu já tenho amigos o suficiente...

_Severus...O que há de mal em escrever e ler uma carta assim...Me diga, o que há de mal?

_Mas eu sou um professor e...

_Você é um homem solitário Severus, que está tendo a chance de ter um novo amigo.

_Sei bem... Amizades falsas... Deve estar querendo alguma coisa em troca...ou talvez fazer piadinhas comigo?

Snape parecia considerar. A serenidade de Dumbledore era poderosa.

_Acredito que não...

_Eu quero que você me faça uma promessa... Por mim!

Snape temeu, mas não podia dizer não ao único homem que sempre havia acreditado e o defendido. O tom da voz dele era imperativo.

_Diga diretor.

_Quero que faça algo por mim... Leia e responda todas as cartas que essa pessoa misteriosa lhe enviar.

_Mas isso é absurdo! Isso é demais... Eu...Deveria...

_Por mim Severus...

_O senhor realmente não acredita que eu me tornarei amiguinho desse sujeito?

O diretor deu as costas para Snape enquanto pegava mais chá e disse:

_Não...

Alvo sorriu maliciosamente, e virando-se, encarou Snape. Seu doce olhar azul dominou o negro.

_Façamos um trato.

_Qual é a proposta?

Snape arqueou a sobrancelha.

_Nada mais do que 10 cartas, é tudo o que peço...

_Como assim, 10 cartas?

_Você responde sinceramente todas as cartas que essa pessoa misteriosa lhe enviar, quando fizer o total de 10 cartas que você recebeu, eu lhe desobrigo dessa tarefa tão terrível, você é livre para parar de escrever... Se assim o desejar...

_E tem mais...Quero que previamente faça esse trato com o seu misterioso remetente.

_Qual o motivo disso?

_Avise ao remetente que no final dessa décima carta, que esse correio cessará... E essa é a sua condição para participar dessa brincadeira e não delatá-lo....Nem puni-lo... É claro que se o remetente descumprir o trato e enviar mais algum bilhete, bem...eu lhe darei carta branca para puni-lo da maneira que melhor lhe convir...

Severus endureceu o semblante ao pensar na possibilidade de poder punir esse remetente misterioso e intrometido!

_Você não tem nada a perder...

_Está bem!

Snape respirou fundo, tentando livrar-se de toda a sua ira, colocando sua máscara gélida e insensível, tão usual.

_Ahhh... Responda de forma EDUCADA E SINCERA, não se esqueça!

_É claro que responderei de forma educada e sincera... (Snape falou ironicamente).

_Falo sério, Severus! (Dumbledore deu um olhar repreensivo ao professor)

_Eu já disse que aceito. (Snape fez um muxoxo, enquanto virou-se em direção a porta)

_Severus! É... Tem mais uma coisa…(Alvo tinha um brilho risonho nos olhos).

_Sim...

_Tome um banho....você está cheirando a coruja velha!

Alvo falou em seu tom casual. Snape não respondeu, fechou a cara e saiu do mesmo modo que havia entrado...FULO DA VIDA!!!



***


Ana recebeu a carta resposta do mestre de poções, seu corpo todo tremeu ao pensar no que ele poderia lhe fazer em represália quando descobrisse que era a autora dos bilhetes... O professor não era do tipo de homem para se ter como inimigo, na verdade, ser inimigo de Snape era algo extremamente maléfico a saúde de qualquer um!

“Isso é algo extremamente perigoso, que idéia IDIOTA... Ana, sua Trasgo!!!!!!”

“Que homem grosso e mal educado, é um enjoado esnobe... Eu odeio esses sonserinos!!!!!”

“Estou arrependida de ter começado esse joguinho.... O que aconteceria se ele descobrisse que sou eu?????? Será que ele me expulsaria da escola???????”


O estômago de Ana embrulhou só de pensar na idéia de ter de ir para outro colégio! Ela não conseguiu dormir a noite inteira, e praticamente viu o Sol nascer, enquanto pensava nas conseqüências dos seus atos e na tristeza em que sentia por ser tratada daquela maneira. Ela apenas tentava ser amiga dele... E nada mais...

“Falta apenas mais um pouquinho para terminar o ano e eu me formar...”

“Quer sabe de uma coisa: Não adianta ficar me acovardando...”

“Dane-se!!!!!!”


E depois de dois dias que ela havia recebido a coruja de Snape, Ana finalmente criou coragem e resolveu responder...

O professor de poções estava mais calmo, pensando que havia intimidado o seu remetente misterioso, e estava já aliviado em não ter de escrever cartinhas ridículas... Mas o pior aconteceu,enquanto ele estava nas masmorras apareceu uma coruja velha e marrom nos seus aposentos. Snape explodiu.

_Mais que inferno!!!!!!!!!!!!!

_Tsk, tsk, tsk... Tem gente que não aprende...

Ele abriu e começou a ler o bilhete:


“Olá professor Snape,

Eu fiquei muito triste com o modo que o senhor reagiu a minha tentativa de aproximação... E o modo extremamente grosseiro e ameaçador com o qual o senhor me respondeu deixou-me abatido ultimamente...
Creio que tenha me compreendido mal, eu queria apenas ser um apoio, uma pessoa com a qual o senhor pudesse contar incondicionalmente, eu queria ser um amigo...
Mas vejo com tristeza que isso será inviável da sua parte,

Então...
Estou lhe informando que não precisa mais se incomodar em investigar quem eu sou... Pois se lhe causo tamanho mal estar, não se preocupe, não lhe enviarei nem mais um mísero bilhete.

Felicidades.

Ass.:Um amigo.”


_Maldita hora que eu fiz aquela promessa a Dumbledore, maldita hora!!!!!! (Snape falou entre dentes).

Ele releu o bilhete mais uma vez... E como o prometido, resolver responder:

“Olá meu caro remetente secreto,

Se sua ilustre pessoa faz tanta questão, então, eu tenho uma proposta para lhe fazer...

Você me enviará mais dez cartas como essa, e eu responderei cada uma dessas cartas, não farei nenhuma represália ou algo do tipo.
Porém, quero que o meu caro “amigo” respeite o acordo, se me enviar uma carta a mais do que o estipulado... Eu caçarei a sua pessoa e tratarei pessoalmente para que seja expulso de Hogwarts...

Essa é a minha proposta final, é pegar ou largar, dez cartas e nada mais...

Aguardo sua resposta.

SS.”


Ana Lemenhe já havia desistido de receber alguma resposta de Snape, então fora para a biblioteca e passou a tarde toda até o começo da noite lá. Terminando todos seus deveres, Ana pegou um livro grande de feitiços curativos da capa verde esmeralda para ler durante a noite, a verdade é que ela jantaria no seu quarto para evitar ver Severus e tentaria a todo custo ocupar a sua mente para tentar esquecer aquela experiência terrível com os bilhetinhos do dia do amigo.

“ Antes só do que mal acompanhada!“

Uma coruja velha e marrom apareceu com uma cartinha amarrada delicadamente com uma fitinha verde, o coração de Lemenhe ficou aos pulos e começou a sentir um enjôo... Tinha receio do que poderia encontrar escrito ali.

O mestre de poções era extremamente cruel quando desejava, e todo aquele episódio era algo que ela queria esquecer, mas ao mesmo tempo o seu coração não queria deixar que ela esquecesse, ficando sempre aos pulos toda vez que Snape passava, tão intocável e distante pelos corredores.

Ao terminar de ler ela considerou rapidamente e decidiu: Ela faria de tudo para poder tê-lo como amigo, nem que fosse apenas pelo período das dez cartas, que no caso de Snape parecia muita coisa....

“Será divertido” (Lemenhe sorriu).

_Está decidido,eu aceito!!!!!

Ela sussurrou enquanto pegava no sono, dormindo e sonhando com Severus.



6 – A Resposta


“Querido Snape,

Se for dessa maneira que o meu mestre deseja...

Eu aceito!

Então escreverei cartas mais longas...
Quero aproveitar todas as chances de falar com você.
Vou falar um pouco do meu dia e você fala do seu, combinado?

Hoje acordei mais bem disposta do que de costume,
O café da manha estava excelente... Você não acha?
O meu prato preferido são panquecas com canelas, e hoje elas estava realmente divinas, você as provou?

Poderia me tirar uma curiosidade... Qual é a sua comida predileta?
Eu lhe vi durante o café da manha, enquanto conversava com o diretor...
Fiquei extremamente feliz em perceber a amizade que tem com Dumbledore,
Eu o admiro muito mesmo... ele é a melhor pessoa que já conheci, e acredito que ele também simpatize comigo.

Vamos dividir as cartas em pautas...

Hoje, meu caro mestre, quero que me fale sinceramente...

Não entendo o porquê de fazer aquela jovem aluna do primeiro ano chorar na sua aula,
Estava irritado por causas das cartas?
Acredito que sim...
Mas pense comigo, o que essa pobre corvinal tem haver com tudo isso?
Se for assim que você acredita que impõe respeito...
Bem, eu terei de discordar de você,
Sei que tem anos de experiência e que é um excelente professor,
Mas a intimidação é o pior modo de se tentar conseguir algo de alguém...
Aliados por medo podem a qualquer momento mudar de lado, trair a sua confiança...
À força não se consegue o respeito de ninguém, apenas o medo...
E o medo pode levar as pessoas a atitudes extremas.
Pense nisso.

Mudando de assunto,
Quero que repare mais nas flores,
Veja as flores do jardim, elas são tão lindas e delicadas...
O jardim cheira a lavanda e jasmim... essas últimas são as minhas preferidas!!!
Eu as amo tanto, elas são tão lindas e suaves...
São elas que me ensinam e me dizem todos os dias que apesar de tudo é bom estar vivo... É bom acordar e ver o Sol nascer tão grande,tão magnífico...
Hoje é um dia quente e as orquídeas vão desabrochar na próxima estação...eu irei vê-las!!!!!!
Quando tiver um tempinho livre, saia das masmorras e deixe que elas vejam o seu lindo rosto.

PS: posso lhe chamar de Severus... Nas cartas?”


Snape parecia esboçar algo parecido com um sorriso, a sua expressão era sem duvida mais leve do que de costume. Ele ergueu-se e andou pelas masmorras enquanto lia o pergaminho que cheirava a lavanda, balançou a cabeça enquanto lia a carta negativamente, mas mesmo assim sua expressão ainda era a mesma... e ao terminar de lê-la, suspirou fundo, sentou-se pensativo na sua escrivaninha, e maquinalmente pegou a pena para responder a carta. Ele sorriu de uma forma diferente, de um modo que há muito tempo ninguém havia visto... Ele estava sem seu o mau-humor habitual, mas é claro que ele não havia percebido essa mudança.

“ Olá caro remetente misterioso,

Dumbledore acredita, estranhamente, que devo participar dessa brincadeirinha ridícula, então... Por ele... Farei esse imenso esforço de aturar essas suas cartinhas!
Responderei educadamente as suas perguntas, mas não espere muito de mim, pois isso será o máximo que conseguirá, e dê-se por satisfeito!
O meu dia foi comum, igual a todos os outros, ensinando a um monte de alunos patéticos e irresponsáveis...
Bem, no caso da senhorita Lawer, eu realmente não tive nenhuma culpa...


(Severo deu um sorriso mal, ao escrever isso)

Eu apenas elevei um pouco o tom da minha voz e ela chorava feito uma desequilibrada, poupe-me caro amigo dos chiliques de uma aluna de primeiro ano!

Essa moça é um desastre ambulante, ela é o pior caso de inabilidade com poções que já vi desde Neville Longbotton. Sinceramente, depois dele eu pensei que nada mais me surpreenderia, mas pelo que vejo a senhorita Lawer é infinitamente pior do que Longbotton, ela deveria estar na lufa-lufa... Aquele chapéu realmente está ficando velho!

PS: Gosto de comer pudim de limão nas sobremesas, e prefiro que não me chame de Severus nas cartas.

SS.”



Ele mandou rapidamente o bilhete amarrando-o em com um fitilho verde na perna da ave, que o olhava estranhamente. Snape estava atrasado para uma reunião e não tinha muito tempo a perder.


7 - O desafio, aceite se for capaz!!!!


Ana Lemenhe sorriu ao ler a carta recebida por Snape, ela amarrou o fitilho verde no pulso, sentia que estava ganhando terreno... Mas agora só eram mais nove cartas e tudo acabaria,e ela estaria novamente sozinha...

“Eu não vou pensar nisso agora...”(Mas ela já estava pensando)

No sábado,Ana Lemenhe driblou os seus colegas que queriam por toda a força levá-la para sair a Hogsmeade,um povoado bruxo que os alunos poderiam visitar.Ela fingiu estar doente e ficou em Hogwarts para poder escrever mais tranquilamente um novo bilhete para o seu mais novo amigo....


“Olá professor,

Estava com saudades????

Eu demorei a escrever, pois estava muitíssimo ocupada com vários trabalhos e provas....
Acredito que você me entende melhor do que ninguém!!!!!
Fiquei sabendo que o professor sempre foi muito inteligente e estudioso, sinceramente, não duvido...
Vejo que melhorou um pouco o seu humor....
E isso me deixa extremamente feliz!!!!!!!
Quanto à corvinal,
Aceito a sua explicação, mas acredito apenas em parte...
Querido, deixe de tanto sarcasmo, por favor!!!
É claro que você não elevou apenas o seu tom de voz! Não me engane...
Abaixe a guarda ao menos uma vez, eu estou aqui e você está seguro...
Comigo você pode ser quem realmente você é...
Severus Snape sem máscaras...
Confie em mim que eu confiarei em você!
Voltando ao assunto da corvinal,
Quero que pense melhor, Alice é um doce de pessoa, ela é inteligente e carismática...
Reconsidere, por favor...
Eu vou lhe fazer um desafio, aceite se for capaz!!!

(Snape levantou uma das sobrancelhas ao ler essa parte da carta “é muita audácia!”).
Trate à senhorita Lawer como uma aluna da sonserina, finja que ela é uma bela jovem da sua casa, que precisa de sua ajuda em poções, trate-a sem favorecimentos, seja apenas justo... Nem mais nem menos!!!
Faça isso, por mim...
Trate-a educadamente e você verá os resultados no rendimento dela e nas notas dessa moça.
Então, eu me submeto a responder qualquer pergunta que você me fizer, trato feito?
Se não, você terá que se esforçar e controlar o seu humor. e tratar todos os alunos de maneira igual -veja bem- eu disse TODOS os alunos!!!!!!
PS: Não vale me perguntar qual o meu nome, OK?
Beijos.
Um amigo. ”



(Snape gargalhou pela primeira vez em muito tempo).

“Está bem querida...” (Severus pensou consigo mesmo).

_Tudo o que você pedir!(Snape deu um sorriso sincero).

***


“Olá Querida,

Se você quer brincar, então vamos brincar senhorita...


(Ana estremeceu. “Como ele sabe?”).

Eu analisei sua proposta e achei desvantajosa demais para a minha parte...
E realmente eu não sou uma pessoa obtusa,
Então eu proponho uma pequena mudança...
Vamos rearranjar isso,
Se você ganhar, e as notas da senhorita Lawer aumentarem, eu realmente mudarei meu comportamento com todos os alunos. Se não, eu quero mais do que o direto de poder lhe fazer uma pergunta, eu quero ter a possibilidade de poder marcar um encontro pessoalmente, para conversarmos melhor...

Que tal?

Acredito que a proposta seja conveniente para ambas as partes.

Espero que a senhorita seja corajosa o suficiente para aceitá-la, pois venhamos e convenhamos é justa para ambos os lados...

Agora, sou eu quem te desafio, querida!

PS: Pode me chamar de Severus...


(Snape sentiu-se estranho ao escrever isso)

Espero resposta.

SS.”


Snape sorriu ao enviar a carta, durante a noite ele dormiu tranquilamente sentindo o cheiro de lavanda que exalava dos belos envelopes que sempre recebia... Ele tinha certeza absoluta que Lawer não melhoraria em nada suas notas, ela era um caso perdido, um desastre.Então ele não se preocupou.

Enquanto isso, na sala comunal da lufa-lufa, Ana Lemenhe gelou ao ler a carta que Severus havia lhe enviado, não era a primeira vez que ela sentia-se acuada. Ainda se lembrava das ameaças que o professor havia feito no primeiro bilhete, e agora ele queria conhecê-la pessoalmente... O coração dela foi e voltou, saltando descompassado... ela sentia uma sensação de perigo iminente, os pensamentos a mil por hora.Era algo muito perigoso para se arriscar,ou não????

“Vamos Ana... É preciso ter coragem... Manter a cabeça fria!”

Ana dormiu tarde da noite e passou quase o dia inteiro pensando nos prós e contras daquela decisão, aquilo tudo era muito arriscado!Brincar com Snape era como brincar com fogo. E o pior,fora ela quem começara...fora ela quem havia provocado Severus, e então ela precisava arriscar,não tanto por ela,mas por todos os alunos de Hogwarts que seriam beneficiados pela nova postura do mestre de poções...

“Deve haver uma maneira... um jeito... mas se eu...”

Uma idéia lampejou na cabeça atordoada de Ana.

“Eu tenho uma chance....Bem ,se eu me aproximar de Lawer e estudar com ela poções,tirando as suas duvidas,ajudando nas matérias.E então a corvinal terá chance de obter maior êxito!!!!!!”

“Será perfeito!!!!!”


Um sorriso brincalhão brilhou nos lábios de Ana Lemenhe.


“Olá professor Snape,

Eu tenho algumas duvidas para serem esclarecidas:

1_Porque acredita que sou uma senhorita?

2_Quando colocamos salvisca em água fervendo saem bolhas venenosas... O que acontece se colocarmos salvisca na água fria?

Por favor, tire-me essas dúvidas...

Cuidado com esses seus julgamentos precipitados.
Julgar todos os alunos de uma determinada casa iguais,rotulando-os é algo tão vulgar,tão simplório...Sei que é melhor do que isso,meu querido amigo!!!!!!

Então, não faça isso, pois cada pessoa é diferente, têm as suas qualidades e defeitos, a família de onde elas vêem também não diz muito a respeito de suas personalidades, existem tantas pessoas que destoam tanto de suas famílias e do ambiente onde vivem...

Meu querido, um bruxo deve ser julgado não por sua família, dinheiro, ou ambiente em que vive, ele deve ser julgado unicamente pelo seu caráter!
Pense no que lhe digo.

Cuide-se, pois está tendo uma onda de resfriado.

PS: Eu aceito a aposta.

Carinhosamente,

Um amigo. ”


***


“Querida remetente,

Apenas para lhe informar....

1_Apenas uma senhorita me mandaria uma carta cheirando a lavanda,amarrada em um fitilho azul anil...E pediria para observar as flores da próxima estação...


Ele riu ao escrever aquilo.

2_Curiosamente,ao colocarmos salvisca em água fria teremos um efeito contrario do que na água quente,ou seja,a água fria anula os efeitos venenosos da salvisca.

3_Gostei da pergunta,é uma curiosidade que muitos livros de poções não possuem...


Snape considerava,essa curiosidade era de livros de primeiro ano,ela seria uma primeiranista? A idéia o fez sentir arrepios, não esperava que ela fosse tão nova, principalmente por ser tão esperta e madura para a sua idade.

Entendo o que quer dizer,e concordo em parte...

Perceba que defendo os sonserinos, pois sou chefe dessa casa...E é isso o certo a se fazer, entenda a minha postura, sou o diretor dessa casa, e eles precisam da minha proteção.
Todavia, estou tentando ser mais justo com os alunos....
Apesar de que muitas das vezes isso me custa muitíssimo....
Mas, estou fazendo tudo como o combinado.

Espero que também cumpra a sua parte no acordo.

PS.: Estou me cuidando, não se preocupe comigo.

Carinhosamente,

SS”


Snape estava realmente diferente e Dumbledore percebeu a mudança que o agradava deveras. Era chegado tempo das flores se abrirem...

Severo dirigiu-se até o jardim de Hogwarts e discretamente encontrou a professora de Herbologia olhando as flores,ele sentiu o coração saltar e um enjôo subir ao seu estomago.

“Por Merlin...essa bruxa é um dragão!!!!!!!!!!!!!!”

_Oi professor Snape,veio observar as flores????(Sprount olhou-o curiosa)

_Sim... Vim ver ...Os jasmins...(Snape falou um pouco desconcertado)

_Aham...Eu não gosto muito delas, prefiro as margaridas....

_Entendo.

“Valeu Merlin!!!!!NÃO É ELA....XÔ DRAGÃO!!!!!!”

_Elas ficam ali (disse a professora apontando para as jasmins)

_Obrigada. (Snape saiu aliviado na direção das flores)

O destino é algo tão belo e impetuoso... Ana estava cuidando dos jasmins, quando o professor Snape aproximou-se sorrateiramente. Ele a observou de longe por alguns minutos e a achou extremamente bonita.

_Bom dia....Senhorita Lemenhe, não sabia que gostava de flores. (Havia nele um olhar predador, ele estava caçando sua amiga secreta e seu coração estremeceu ao ver a bela lufa-lufa, apesar da culpa que sentia por sentir aquilo).

_Ahh...Oi professor, é... Eu estou cumprindo uma detenção... Cuidando dos jasmins...

_Compreendo. (Snape pensou consigo mesmo, se ela está cumprindo detenção... Então não gosta de jasmins realmente, é apenas obrigada a estar aqui... Não é ela!!!).

_Tome essa mudinha de jasmim pro senhor....

_Não.. Não precisa...(Snape estranhou a atitude da jovem)

_Por favor,eu insisto...(Ela evitou os olhos dele, mas mesmo assim ainda era firme).

_Gosta de jasmins, Senhorita Lemenhe?

_Ahhh...(Ana olhou para as mudinhas)

“Pensa...sua lesma...AGORA!!!.... Algo convincente...”

_Bem... É que os primeiros visitantes... Sempre ganham mudinhas de presente, é uma tradição.... Ela é uma planta que trás boa sorte!!!!!!

Snape pegou a plantinha e ficou a olhando, ela era muitíssimo bonita, tímida e delicada.... uma beleza escondida, como a beleza de Ana. Enquanto isso, Lemenhe saia timidamente para outra seção da estufa com um sorriso no rosto, ele havia vindo ver as flores do jeito que ela havia pedido.... Ela não precisava de mais nada, seu dia estava perfeito e nada iria estragá-lo.


8 - A Febre de Calcutá


Snape esperava ansioso pela resposta e como o combinado mudou o seu modo de tratar a jovem corvinal. E como o esperado, Alice Lawer começou a receber atenção especial de Severus, que estava particularmente gentil para com a menina. Ela não tinha mais medo de fazer perguntas e suas notas melhoram visivelmente. O professor teve de dar o braço a torcer.

O que Severo não sabia era que a lufa-lufa do sétimo ano, que lhe enviava cartas secretamente, estava estudando com a senhorita Lawer. Elas estudavam a teoria, praticavam o manejo com os ingredientes e o preparo das poções. Ana passava para sua mais nova amiga todos os “bizus” possíveis. A jovem Lawer cursava o primeiro ano, enquanto Lemenhe fazia o sétimo, a diferença de seis anos de conhecimento foi determinante para que Lawer obtivesse o primeiro lugar nas aulas de poções.

Snape respondeu as cartas de Ana, e ambos estavam ficando íntimos e amigos. Eles esperavam ansiosos pelas corujas e ambos sem perceber estavam ficando cada dia mais ligados um ao outro, conhecendo mais e mais um sobre o outro, confiando cada dia mais um no outro.


***


Passaram-se muitas semanas, Severus estava ligeiramente perturbado... Não havia mais recebido nenhuma carta, nem longa nem pequena, nem um mísero bilhete... Ele começava a sentir-se preterido e várias idéias começaram a passar pela a sua cabeça sonserina....

“Ela podia estar muito ocupada...”

“Ela pode ter enjoado da brincadeira... Enjoada de agüentar esse meu sarcasmo...”

“Ou ela pode ter arranjado novas amizades....Talvez um namorado...”


Snape contorceu-se quando pensou na última possibilidade, o ciúme estava lhe envenenando a alma, como se uma serpente invisível cravasse suas presas em seu coração,fazendo-o sangrar, sentindo as dores aumentarem e lentamente o veneno estava tomando conta do seu coração, matando-o aos poucos, sufocando-o silenciosamente....

“Ela poderia ter arranjado um namorado, alguém mais apropriado para lhe fazer companhia.”

Snape contorcia-se na cadeira, fechando o punho sobre a mesa.

“Mas por que essa idéia lhe causava tanto terror???”

E no mesmo instante ele se deu conta do que estava pensando e principalmente, no que estava sentindo... Isso o perturbou ainda mais... Só agora ele estava percebendo.
Pensava constantemente nas cartas e na pessoa misteriosa que as escrevia, sentia o seu coração bater mais rápido e então ele tentou se enganar, pois é sempre difícil de aceitar no começo....

“Eu só apenas um bruxo solitário....E estou confuso....Devido a todos esses anos de solidão... A gente pode confundir os sentimentos.... Amizade e amor são coisas tão diferentes .... Mas que podem ser facilmente confundidas”.

“E ainda tem o fato de que eu nem sei quem é essa moça, que me envia cartas perfumadas...Cheirando a lavanda...”

Ele fechou os olhos e sentiu o suave cheiro de lavanda que exalava do papel... E aos poucos ia sumindo.

Severus sentou-se em sua escrivaninha, estava visivelmente triste.

_Professor Snape!!!(um aluno da sonserina batia a porta)

Ele agradeceu mentalmente por estar sendo chamado, não importava o motivo, essa era a hora perfeita para parar de pensar na moça misteriosa das suas cartas. Snape recuperou-se e novamente uma expressão dura estava impressa no seu rosto; com um gesto de varinha ele abriu a porta.

_Máximus, espero que seja importante! (Severo olhava gélido para o menino, que se apressou em entregar uma carta cheirando a lavanda para o seu professor).

_A Madame Pomfrey pediu para lhe entregar(Disse o jovenzinho da sonserina com uma voz ainda fraca).

“Minha amada...Pomfrey???”

Um arrepio percorreu toda a sua espinha ao final do fatídico pensamento.

_Sim,ela recolheu as correspondência de todos os doentes e essa era para o senhor.

Snape empalideceu, enquanto sentia sua pressão cair, mas a sua expressão sempre gélida não deixava transparecer o quanto estava abalado. Ele ficou em choque com a idéia de que algo de mal havia acontecido à sua tão estimada remetente...

O jovem sonserino, um loirinho do segundo ano, havia acabado de chegar da ala hospitalar e ainda estava fraco, convalescendo de uma epidemia, a febre de Calcutá, que havia se alastrado por Hogwarts dando muitíssimo trabalho a enfermeira Pomfrey.

_Posso ir professor? Eu ainda estou fraco.... (Disse o menino devagar).

_Deite-se e repouse. Qualquer coisa me chame e o levarei a ala hospitalar. (Severo falou pesadamente).

_Obrigado professor Snape!!!(disse o menino fracamente)

Snape abriu a carta bruscamente, ele estava muitíssimo nervoso....

“Olá querido,
Desculpe-me pela demora...
Sentiu a minha falta????
Espero que sim...
Eu não escrevi porque passei por maus bocados ultimamente.
Contraí a Febre de Calcutá e passei semanas na ala hospitalar.
Eu o vi no dia em que foi entregar as poções na enfermaria.
Estava visitando os alunos da sua casa.
Você estava tão perto de mim....

(Que inferno!!!!...eu não me lembro!!!!_Snape tentava se lembrar dela mais não conseguia,a enfermaria estava lotada de alunos).

Temos de retomar as nossas conversas.....
Eu quero que pense na sua vida, no que tem e no que gostaria de ter...
E entenda esse ter, não apenas como bens materiais, mas sim tudo aquilo que realmente tem valor: AS PESSOAS A QUEM AMAMOS!!!!!
Analisar nossas atitudes nos ajuda a saber melhor quem nós somos,
É preciso aceitar que as pessoas não são perfeitas, é preciso saber perdoá-las e principalmente conseguir se perdoar. O passado nos conta a historia de parte das nossa vidas, de quem fomos e não de quem realmente somos.
Acredito em você!!!!
Eu me senti muito solitária na enfermaria, bem mais do que de costume...
E me fiz essas perguntas...
E obviamente obtive uma grande descoberta.
Ainda sinto-me fraca, mas queria agradecer:
Obrigada, as suas poções me salvaram a vida!!!
PS:Escreva do outro lado do papel e eu receberei seu recado.
Um amigo.”



Snape avidamente começou a escrever a carta no lado reverso do papel, o pergaminho simplesmente absorveu a tinta e oscilou ligeiramente no papel, como um lago em leve turbulência. Seu coração pulsava com muitos sentimentos. Alegria confundia-se com desassossego, um pouco de remorso e uma estranha sensação de vulnerabilidade. Estava confuso, mas não menos feliz. Era simplesmente amor.

“Querida remetente,
Fico demasiadamente feliz em saber que já está recuperada dessa terrível epidemia,
lamento que ainda esteja fraca....
Então recomendo que cuide-se e alimente-se bem, pois só assim recuperará as suas energias.
Realmente fui a enfermaria entregar algumas poções a Pomfrey. Aproveitei para visitar alguns dos meus alunos...
Lamentavelmente,não consigo lembrar-me de tê-la visto, ou talvez tenha lhe visto???
Haviam muitos alunos na ala hospitalar naquele dia.
É uma pena a senhorita ter ganho essa aposta....
Sim,a senhorita a ganhou...
Lawer é a melhor aluna de poções que tenho em anos.
O que eu lamento sinceramente, pois o meu maior desejo é conhecê-la pessoalmente.
Penso constantemente nas belas coisas que a senhorita me disse durante nossas conversas... E acabei por perceber que a nossa amizade fez-me um bem infinitamente maior do que as minhas poções fizeram a senhorita....
Então, sou eu que lhe agradeço!!!
PS:Quero saber qual foi a grande descoberta que a senhorita fez em sua convalescência, estou curioso com todo esse seu mistério.
Afetuosamente,
SS.”


9 - Descobertas


O coração de Ana Lemenhe estremeceu ao receber a nova carta de Severo, ela era toda alegria ao ler as linhas que ele havia escrito. Até que algo interrompeu a sua felicidade e apagou por completo seu sorriso. Ana pegou os envelopes e começou a contar: 1, 2, 3,.... 9. Ela estremeceu, a próxima carta seria a última! Era o fim!

Ana dormiu rapidamente, pois havia acabado de sair da enfermaria e ainda estava abatida, precisava descansar. E apesar de toda a tristeza que sentia, o cansaço era infinitamente maior e ela acabou por dormir rapidamente.

Lemenhe passou cerca de uma semana para escrever a última carta para Severus, ela sentia-se mal em pensar que esse era o fim de tudo e a bela moça tentou adiar a escrita da derradeira carta por mais tempo que pode, mas já não havia com evitar, a hora havia chegado. Ela fechou os olhos, respirou fundo e encarou o papel em branco a sua frente, não podia mais adiar...

Lemenhe resolveu escrever a última carta, faltavam três semanas para que ela se formasse, e era chegado a hora do adeus....

“Meu querido,

Quero te contar tudo o que se passou desde o começo...

Eu sempre passava as tardes na biblioteca, estudando e estudando, tentando me livrar da solidão que sentia....
Mas, no dia do amigo, eu finalmente percebi o quanto eu era uma pessoa sozinha, e não fiquei nada satisfeita!!!!...Então eu o vi passando em direção as masmorras e naquele momento eu tive a certeza de que precisava de você do mesmo modo que você precisava de mim, então criei coragem e lhe mandei um cartão do dia do amigo....e como me corresponder com você me fez tão feliz, resolvi continuar a lhe escrever até que os meus papéis de carta se acabassem, o que por conhecidência era justamente na décima e última carta que eu iria lhe enviar, justamente esta, que escrevo nesse momento....

Então esta é a nossa despedida ....
E de certo modo o fim da nossa amizade, pois você não sabe quem eu sou....
Prometi que não iria incomodá-lo e cumprirei a minha promessa.
Te deixarei em paz,
Na esperança que as minhas cartas tenham tocado o teu coração, do mesmo modo que você tocou o meu.

Gostaria que ficasse tranqüilo, pois não revelei (e nem revelarei) as nossas conversas a ninguém por nada nesse mundo, pode contar com a minha total discrição, não acabarei com a sua reputação dizendo a todos o quanto você é cavalheiro, amigo, inteligente e engraçado. Esse será mais um de nossos segredos.

Sobre a tua curiosidade,quando estava na enfermaria, tive muito tempo para pensar em tudo e fazer descobertas importantes....
Eu o vi passar por mim como se eu não existisse e me dei conta o quanto estava me enganando, me magoando...
Você passou por mim e nem me viu...
Isso mexeu muitíssimo comigo, mais do que eu imaginava que mexeria.
Sinto que preciso mais do que cartas...

Espero não ter causado nenhum incômodo.
Sei que a culpa não é sua, tenho consciência de que quem começou tudo fui eu!!!
Mas, sinceramente, não me arrependo de nada.

Seja Feliz.

PS:EU DESCOBRI QUE TE AMO.

Adeus.

Uma amiga.”



Ana considerou muito se escreveria ou não o “PS" da carta, mas acabou por escrevê-lo, a menina sentiu que não tinha mais nada a perder e se não confessasse isso a ele iria explodir, sufocar, morrer....

Severo estremeceu ao ler a carta, ele era correspondido. Ele sentia pela misteriosa remetente algo tão intenso que o deixava doente durante as semanas que ela não havia lhe escrito, era a segunda vez que amava alguém na vida e a perderia se não fosse rápido!!!!!

Snape havia passado muitíssimo tempo isolado, ela havia conseguido romper as barreiras do seu coração. Ele não se importava em saber quem era ela, pois ele a amava, não importava quem fosse. O bruxo olhou para os lados, mas a coruja marrom que sempre lhe entregava as cartas havia voado....Ele desesperou-se!!!!!!!!Passou noites em claro pensando que a havia perdido, odiando-se por ter aceito esse joguinho, ele era um professor, uma pessoa sensata e racional, mas amava uma pessoa que nunca havia visto na vida. Como poderia acontecer isso com ele, logo ele o professor mais temido e sério de toda a Hogwarts??????????!!!!!!!!!!!!!!! .......

“Isso é insano!!!!!!!!!!!” (Sua mente falou em sua cabeça)

“MAS EU A AMO!!!!!!” (Seu coração gritou mais alto do que toda a sua razão)

Mas como diz o poeta,o amor tem caminhos que a própria razão desconhece...


***


Passadas algumas semanas, uma jovem aluna da lufa-lufa respirava fundo encarando a gárgula, que marcava a entrada da diretoria. O estranho objeto parecia ainda mais assustador do que de costume e ela estava parada ali em pé, sentindo-os começarem a doer.

Lemenhe estava tentando criar coragem para falar com o diretor. Ela não sabia a senha, mas esperava em pé firmemente, como se esperasse desesperadamente por um milagre... Até que inesperadamente o milagre veio e a gárgula abriu sozinha. Ela entrou rapidamente. Dumbledore estava sentado em uma poltrona e a olhava fixamente com serenidade e ternura.

_Pro-Professor Dumblerdore....eu... eu queria falar com o senhor....cinco minutos...por favor...

Ana tremia ligeiramente ao falar com ele.

_Claro minha querida, desculpe a demora....você estava lá fora a muito tempo????(Dumbledore olhava Ana intensamente, seus olhos azuis misteriosos).

_Não,não estava (Ana mentiu timidamente)

_Sente-se querida,e me diga a que devo a sua presença...(Alvo sorriu).

_Bem,eu vim falar sobre o professor Snape....(Ana olhou para os sapatos e descobriu que assim seria mais fácil de dizer qualquer coisa).

_Ahh...assunto interessante....(Dumbledore falou fingindo curiosidade).

_É...bem...eu estou preocupada com ele....(Lemenhe falou de supetão).

_Preocupada????(O diretor fingiu surpresa, ele sempre soube...)

_Sim...ele pareci mais abatido,mais magro....um pouco.....infeliz....eu...é..... eu estou....preocupada com ele....eu sei que o senhor....é....amigo dele....se importa com a saúde dele....e então.....eu tinha.....eu tinha que fazer algo....entende????(Ana sentia-se esquisita, ela estava morrendo de vergonha e tinha medo de que o diretor descobrisse que ela mandava cartas para Severus...).

_Entendo a sua preocupação, eu mandei chamá-lo a pouco tempo para conversarmos um pouco...ele já deve estar chegando.(Dumbledore falou suavemente, observando a bela moça que havia empalidecido um pouco).

_O senhor me promete que irá falar com ele....por favor....ajude-o,ele precisa tanto de um amigo (Ana falou suplicante).

_Ele precisa de mais do que um amigo, senhorita Lemenhe....mas não se preocupe eu cuidarei disso (Alvo sorriu maroto e deu uma piscadela, a qual Ana não compreendeu).

_Obrigada professor,bem...era só isso, eu tenho que ir....(Ana apressou-se,não queria ver Snape).

_Claro...as aulas estão acabando e existem ainda muitas coisas para serem feitas....(Alvo disse mais para si do que para Ana).

_Até logo diretor. (Lemenhe disse dirigindo-se para a gárgula)

Ana estava quase saindo, quando os seus olhos viram aquilo que o seu coração mais queria e o que a sua mente mais temia. Snape entrou na sala de Dumbledore incrivelmente abatido, mas não menos altivo ou digno. Eles ficaram cara a cara e ela silenciosamente baixou os olhos.

_Boa tarde professor (Ana falou o mais normalmente que pode).

_Boa tarde senhorita Lemenhe.(Severus falou em seu tom gélido).

E secretamente, Snape desejou que a sua remetente fosse tão bonita quanto a senhorita Lemenhe. Ele pensava na sua amiga secreta dia e noite, tentando conformar-se com a idéia de que a havia perdido. Ana desejou ajudá-lo,sentiu uma súbita vontade de abraçá-lo e cuidar dele, ela entregaria tudo se o diretor não os estivesse observando naquele instante. Dumbledore sentiu uma forte energia vindo em sua direção, um bruxo poderoso como ele, conhecia coisas incríveis da ciência e da vida, aquele sentimento era muito forte, ele sentiu Amor...não pode deixar de sorrir.

_Você me chamou Dumbledore,(Snape perguntou pesadamente, quando Ana sumiu).

_Sim,eu lhe chamei....(Alvo olhou Snape diretamente)...vou direto ao assunto,estou muito preocupado com você Severo, o que está acontecendo?????

Severus deu um sorriso irônico e meia boca

_O que está acontecendo...é que eu não deveria ter aceito aquela sua brincadeirinha...
(Snape falou desagradavelmente).

_brincadeirinha....as cartas é disso que está falando...(Alvo falou sorrindo)

_E o que mais seria!!!!(Snape falou aborrecido, havia tristeza em seu olhar).

_Ahhh....Severus....eu acho que você faz os questionamentos errados....será que o problema são realmente as cartas que você recebeu...OU É O FATO QUE VOCÊ SE APAIXONOU PELA REMETENTE....(Dumbledore mudou o seu tom,agora ele estava mais plácido,seus olhos azuis brilhavam).

Snape desviou o olhar do diretor e não falou nenhuma palavra....Ele não iria negar algo que era verdade.

_Não entende a gravidade disso tudo, não é????(Severo estava infeliz ao sentar-se na poltrona que o diretor havia lhe oferecido).

_Você a ama,Severo????

_Isso não importa!!!!Você não entende...???(Snape estava visivelmente transtornado).

_Então me explique....(Dumbledore disse calmamente).

_Mas se ela for uma criança?????????

_E se não for.....

_ E se eu não a encontrar???

_Severus...ela escreveu dez cartas para você, como pode em dez cartas ela não ter deixado passar nada....Você é sagaz o suficiente para encontrá-la(Alvo falava como se aquilo fosse a coisa mais comum do mundo)

_Se ela não me amar... Se eu tiver sido um passatempo....uma brincadeira...ou sei lá o quê...

_E se não for uma brincadeira????( Dumbledore sorriu)

_São muitos “SES”....pode dar tudo errado...

_Para amar é preciso ter coragem....(Dumbledore falou firmemente)

_Se você a ama deve arriscar tudo Severo!!!!!Escute seu coração....

_É fácil falar,Alvo...

_Eu só lhe digo uma coisa(Dumbledore disse firmemente,e Snape olhava-o como se sua vida dependesse daquilo )

_Você não tem muito tempo..

_Você sabe quem é ela...não é???? (Snape levantava a sobrancelha,visivelmente irritado).

_Severo...

_Me diga o nome dela, você me deve isso!!!!(Snape estava nervoso)

_Olhe as cartas...você a encontrará!(Alvo sorriu)

_Então é só isso,diretor???(Severo estava arquitetando um modo de encontrar a moça que sempre lhe escrevera).

_Por hora,sim!!!!!!!

Snape saiu andando rápido e firme como sempre fazia, mas ele estava mais resoluto do que antes... Ele dirigiu-se para as masmorras e leu as cartas várias vezes, pegando os mínimos detalhes, todas as informações, tudo!!! E ao terminar aquela leitura tão estimulante, o professor simplesmente já sabia por onde atacar, passo a passo ele começou a sua procura:

1-PASSO: O primeiro passo era investigar na Ala Hospitalar...

_Olá Madame Pomfrey. Eu preciso da lista com todos os nomes dos alunos que adquiriram febre de Calcutá nesse período... (O professor entregou a enfermeira um pergaminho com as datas prováveis, da época que sua remetente secreta não havia lhe escrito).

_Sei....posso saber para que o senhor gostaria dessa lista????(Papoula estava intrigada)

_É algo muito sigiloso, Madame Promfrey.... Mas eu lhe garanto que o diretor está ciente disso. (Falou Snape o mais sério que pode).

_Se o diretor esta ciente....então está aqui...nesse cadastro estão todos os nomes(Falou Pomfrey ligeiramente desconfiada).

E com um aceno de cabeça a enfermeira saiu para cuidar de um aluno da grifinória, que havia torcido o punho em uma partida de quadribol. Enquanto isso, Snape conjurou uma pena e um tinteiro e no mesmo pergaminho que havia entregue a enfermeira com todas as datas, começou a escrever os nomes que conferiam com o período que a sua amiga misteriosa havia parado de lhe escrever, separou o nome das moças que haviam contraído febre de Calcutá e ao terminar saiu sorrateiramente da enfermaria.

2-PASSO: A Professora Sprout...

_Olá professora Sprout. Eu fiquei encantado com o jardim... (Snape tentava ser agradável ao chegar à estufa).

_Não sabia que o colega gostava de flores, interessante!!!(Sprout quase caiu do banco, em que estava sentada, perto das ervas dorminhocas que roncavam bastante. Ela havia ficado espantada com o jeito de Severo.

_Deve ser difícil manter o jardim arrumado...fazer todo o trabalho sozinha(Snape estava sério,mas o seu jeito era mais suave do que o normal).

_É....realmente...não é muito fácil...mas sempre tem um ou outro aluno que me ajuda nessa tarefa tão árdua e reconfortante!(A professora tinha um brilho nos olhos, a expressão de quem faz o que realmente gosta).

_Eu estava precisando de um aluno que me ajudasse com um experimento que estou fazendo,são poções que necessitam de um certo conhecimento...com certas rosas...jasmins e lavandas...entende...

_Curioso!!!Deve ser algo muito interessante...posso recomendar uma aluna em especial,um orgulho...é muito curiosas a respeito dessas flores...a senhorita Adreaw da Corvinal faz o primeiro ano, mas é extremamente eficiente nesse assunto.

_Eu lembrarei,obrigado professora Sprout.(Severo estava saindo decepcionado)

“A senhorita Adreaw estava na primeira lista, então tudo apontava para ela....uma menina de primeiro ano...”


10 – Verdades ou Mentiras????


Snape sentiu vontade de morrer, estava apaixonado por uma garotinha cheia de sardas... Sentia-se ridículo, tinha raiva de si mesmo. Odiou Dumbledore e todos aqueles seus conselhos. Mas ele apenas respirou fundo e manteve-se impassível para então, educadamente, despedir-se da professora e sair cabisbaixo da estufa. Ele mal havia chegado a entrada quando outra corvinal resolveu importuná-lo:

_Professor Snape? (Alicie Lawer o chamou educadamente)

_Alguma coisa,senhorita Lawer? (Snape não estava com bom humor para ninguém
naquele momento).

_Na verdade...tem sim...muita coisa...

_Não me diga que a senhorita gosta de jasmim? (Snape levantou uma sobrancelha).

_Desculpe,professor...mas sou alérgica a flores (Alice não entendeu o comentário,mas ignorou o que ele poderia representar).

_Sinceramente...eu espero que seja importante pois estou incrivelmente cansado senhorita...(O tom de Snape não deixava dúvida,mas se houvesse alguma,seus olhos facilmente explicariam: ele fuzilaria qualquer um que o perturbasse).

_É importante,pois se trata da saúde do meu professor preferido!!!(Lawer falou com uma estranha firmeza, que não condizia com o seu corpo franzino).

_Quem está doente? (Snape estava ficando sério)

_O senhor não está bem!!!!!Está pálido, cansado, não come direito... Vai ficar doente professor!!!(Alice estava nervosa)

_Agora chega senhorita Lawer!!!!!Não é por que eu estou tratando meus alunos de forma mais cortês, que a senhorita tem o direito de vir meter-se aonde não é chamada???(Era o cúmulo, uma primeiranista se intrometendo na minha vida)

_O senhor é um bruto! Eu vim aqui tentar lhe ajudar!!!

_Só por que está tirando notas melhores, senhorita Lawer, não precisa dar-se o trabalho de vir até aqui me bajular descaradamente!!!!(Snape estava descontando toda a sua frustração na garota perplexa, a sua frente).

_Eu???Bajular o senhor? (O rosto rosado da menina começava a ficar avermelhado, a raiva subindo pela sua face e esquentando as suas bochechas).

Snape fitou-a com profundo desagrado e revirou os olhos num muxoxo tipicamente seu. Foi então que Alice explodiu:

_Pois fique sabendo senhor mestre de poções,que o senhor me ajudou tanto como um trasgo demente! E quer saber de mais uma coisa...foi a Ana que me ensinou TUDO...

E como Snape agora a olhava perplexo, ela continuou colocando as mãos na cintura e falando toda ofendida, mas suave, a garota queria deixá-lo irritado, do mesmo jeito que estava se sentido naquele momento.

_É sim...a senhorita Lemenhe é infinitamente mais competente em ensinar poções que o senhor!!!PASSAR BEM!!!

Alicie saiu pisando duro, sua face tensionada,estava quase com falta de ar,louca da vida...o rosto da menina ficando roxo enquanto sua raiva aumentava...e ela resmungava:

_É muito pedante...convencido...Lemenhe é melhor do que ele....HUM!!!

Agora Snape começou a pensar em um detalhe importante:

“E se a pergunta feita na carta não fosse de uma primeiranista...e se a remetente,simplesmente, fez essa pergunta por que estava ajudando a senhorita Lawer a passar de ano em poções...para ganhar a aposta!!!!”

_Trapaceira!!!!!!!

Snape sorriu, nem tudo estava perdido...enfiou a mão no bolso da capa e retirou a lista com os nomes das pessoas que haviam contraído Febre de Calcutá. Seus olhos negros brilharam e seu rosto iluminou-se em uma quase certeza, quando viu escrito: “Ana Lemenhe”. Ele guardou a lista e murmurou baixinho:

_Te peguei Ana!!!!! (O nome dela pareceu muito bom de si pronunciar)

Mas o mestre de poções não teve muito tempo em ficar pensando no nome da moça ou na beleza dela,uma nova voz o chamou e dessa vez não era a senhorita Lawer:

_Ahhh...professor Snape!!!!!!!...(Sprout correu desengonçada até ele)

_Sim,professora Sprount?

_Agora que eu me lembrei... Também tem a senhorita Lemenhe...Ela tem uma paixão por jasmins, e ela sempre vem voluntariamente me ajudar na estufa. O problema é que ela já está se formando...

Snape sentiu o seu coração aquecer-se de uma forma estranhamente agradável e constrangedora, era como se ele tentasse sinalizar aos pulos que era ela e ele não poderia deixar passar a oportunidade.

_Acredito que a senhorita Lemenhe seja perfeita, ela tem os conhecimentos necessários em herbologia e é uma aluna do sétimo ano, portanto espera-se que tenha também um conhecimento mínimo em poções...(Disse Snape fazendo pouco caso).

_Com certeza,ela é uma excelente aluna...ela passa muito tempo na biblioteca estudando e no tempo livre me ajuda no orquidário.

Os olhos pretos de Snape brilharam de um modo que a professora Sprout nunca havia visto.

“É ELA....SÓ PODE SER ELA!!!!!!!”

_Sabe onde a senhorita Lemenhe pode estar???...Tenho pouco tempo para fazer a nova poção, preciso hoje mesmo falar com ela.

_Entendo....jasmins são flores bem sensíveis....(A professora falou pesadamente).

_Vejamos...a senhorita Lemenhe deve estar na biblioteca nesse momento.

_Irei agora mesmo falar com ela,obrigada professora Sprout!!!(Snape saiu com um leve sorriso no rosto).

“Uma lufa-lufa....inteligente,corajosa, e linda”

***


Ana Lemenhe sentou-se no fundo da biblioteca e lia um exemplar da imprensa mágica. Ela tentaria uma vaga no profeta diário como jornalista e precisava saber muitas coisas sobre comunicação no mundo bruxo. Talvez houvesse uma vaga no “Pasquim”. Sempre existem muitas opções!

Ana sentia muita falta das cartas que escrevia para Snape, das conversas que mantinham, ela sentia vontade de rir toda vez que pensava no quanto corajosa havia sido, corresponder-se secretamente com o professor de poções foi algo muito arriscado, mais muitíssimo encantador. Ela parava de tempos em tempos sua leitura e ficava pensando no atual estado de saúde dele, parecia tão triste e tão abatido... Ela daria tudo para poder ajudá-lo, nem que fosse de longe, ela o amava silenciosamente, alimentando-se do seu amor sem nenhuma esperança de ser correspondida.

Lemenhe chorou ao se lembrar que hoje era o seu último dia em Hogwarts e que esse era o último dia que poderia ver Snape. Ana fechou os olhos e quando os abriu sentiu um aperto no peito, como se o ar lhe faltasse, dirigiu-se para a janela, precisava respirar. E então, ela pegou a sua varinha e destrancou a janela. O céu daquela manhã estava calmo e sereno, mas parecia melancólico e triste para a jovem lufa-lufa. A voz da bibliotecária irradiou do balcão:

_Senhorita Lemenhe, estou indo para uma reunião com o diretor, para tratarmos da nova remeça de livros. Daqui a uma hora volto para trancar a biblioteca, está bem???

_Sim senhora!!!(disse Ana fingindo estar bem).

A jovem fez mais algumas mágicas e os livros voavam de um lado para o outro se arrumando sem muito trabalho na prateleira, ela voltou-se normalmente para a janela e fitou a bela paisagem de Hogwarts, despedindo-se. Queria ao menos olhar Severo pela última vez.

_Eu gostaria de saber o que uma bela senhorita faz trancada na biblioteca em um dia tão bonito!!!(Snape falou olhando diretamente para Ana, só agora ele havia percebido o quanto ela era bonita).

_Estava ajudando a organizar os livros... (Ana respondeu desconcertada, tentando aparentar total inocência).

_Um desperdício....(Snape aproximou-se da janela, enquanto observava a paisagem e continuou)

_A senhorita gostaria de passear comigo nos jardins?(Severo desejava a moça que estava a sua frente, ele a amava).

_Eu não sei....tenho muito o que ler. (Ana apressou-se em sair da janela e dirigir-se à mesa, pegando um velho livro lá jogado. Ela tremia e deixou o livro cair no chão).

_Aí que desastre!!!!!(Ana ajoelhou-se no chão para apanhar o livro, seu rosto mais pálido que nunca).

_Acho melhor a senhorita considerar....Tenho uma amiga que me disse uma vez....(O professor ajudou-a a juntar o livro, seus rostos tão próximos, a mão dele segurou a dela e ela o olhou nos olhos).

_Que devemos aproveitar o dia....e parar de nos esconder de trás dos livros...

Os dois estavam tão próximos que Snape sentiu o inconfundível cheiro de lavanda que vinha dos cabelos da moça a sua frente e sorriu, enquanto ela sentia a respiração de Severo próxima a sua. Ela fechou os olhos e deixou que ele a beijasse do modo que sempre havia desejado, não era nem um beijo cândido, muito menos um beijo vulgar ou escandaloso, era um beijo de amor, cheio de desejo e delicadeza! Quando abriu os olhos, ele estava sorrindo para ela, Ana não sentiu medo dele, mas de si mesma... Do amor que sentia.

_Desculpe-me professor. (Ana levantou-se e estava prestes a sair correndo, quando Snape a agarrou pelo braço, puxando-a para si).

_Você esqueceu isso(Ele entregou uma carta para ela)

_Mas....(Ana engoliu a seco, “ele sabe que sou eu...eu sei que ele sabe!!!!!”)

_ Severo...quer dizer...... Professor...eu não queria incomodar....eu só queria a sua.....amizade. (Ana estava tremendo).

_A senhorita se perguntou alguma vez se eu queria ter um novo amigo??????(Snape perguntou venenosamente com um sorriso dúbio).

_Não...é o senhor,quer dizer...você gostaria de ser meu amigo????????(Ela tinha de perguntar, esse era o momento).

_Não acha que é um pouco tarde, senhorita Lemenhe????(Ana abaixou a cabeça, e ele aproximou-se novamente dela, ela estava paralisada).

_Não quero ser seu amigo!!!!!(Ele disse quase num sussurro em sua orelha)

_Me D-desculpe...(ela gaguejou,mas continuava olhando para baixo).

_Quem lhe deu o direito de meter-se na minha vida!!!!!(Snape falava firmemente, enquanto Ana tentava sair-se daquela situação evitando olhá-lo).

_Olhe pra mim!!!(Snape tinha uma voz firme.Ele pegou o rosto de Ana com uma das mãos e forçou-a a olhá-lo diretamente nos olhos, a sua outra mão segurava Ana firmemente).

_Eu não quero sua amizade,querida!!!!!!(Snape falou calmamente, enquanto duas lágrimas escorreram pelos olhos de Ana).

_O que escrevia nas cartas era verdade...ou era mentira...(Ele estava inflexível).

O professor não revelaria os seus sentimentos a ela até ter plena certeza do que ela queria. Ele a amava, mas sabia que ela poderia não sentir o mesmo por ele. Então, Snape simplesmente, seria duro e firme até arrancar toda a verdade dela.

_Responda!!!(Snape falou firmemente e ela ficou imóvel)

_E-Era...ververdade... (Todo o corpo de Ana voltou a tremer).

_Então...a senhorita realmente me ama...(Snape sorriu,o rosto da Ana queimava de vergonha)

Ana chorou, abaixando a cabeça, queria sumir, desaparecer, aparatar dali, morrer!!!!!!!

_O seu silêncio me pareci uma afirmativa....Quem cala consente,não é mesmo???(Snape acariciou os cabelos de Ana delicadamente).

“O que ele está fazendo???Por Merlin!!!!”

_Quem lhe deu o direto de entrar na minha vida,mudá-la...e simplesmente sumir...(Ana tentava entender tudo aquilo).

_Desculpe-me.(Ana falou disfarçando o medo que tinha em si)

_Não....eu não quero sua amizade,eu quero seu amor... (Severo limpou carinhosamente as lágrimas de Ana. Ela assustou-se com o gesto e o encarou com seus olhos brilhantes).

_Eu penso em você todos os dias...não vou deixar você sair da minha vida assim!!!(Snape tinha certo desespero na voz).

_Seus olhos são tão lindos... (Ele a olhava diretamente nos olhos).

_Perdoe-me Severo,eu não quis...(Ana não sabia o que dizer, ela continuava chorando).

_Perdoar????Você não tem de me pedir perdão... Eu que tenho de lhe agradecer, Ana... Você salvou minha vida. EU TE AMO!!!

Ana deixou-se envolver-se pelos braços de Snape e o abraçou com vontade. Eles se corresponderam a distância e agora o toque era real. Ele sentia o seu perfume de lavanda e o seu corpo delgado, que agora ele começava a desejar. Ela sorriu ainda abraçada a ele e falou baixinho no ouvido dele:

_Eu sabia que você ia me encontrar...Severo, eu sou uma lufa-lufa... Tem certeza que quer ficar comigo????(Ana temeu a resposta, afinal ele era um sonserino).

_Vamos querida... Você que me ensinou a não rotular ninguém pelas casas, lembra???

_Aham...(Ela sorriu alegremente)

_Tem alguém chegando!!!(Snape pareceu apreensivo, separou-se de Ana e sentou cinicamente em uma mesa, abrindo um velho livro, enquanto Ana dirigiu-se a janela para fechá-la ).

_Boa tarde, professor Snape!!!(Disse a bibliotecária surpresa)

_Estava esperando para verificar um livro da seção proibida.(Ele mentia muitíssimo bem).

_Aham,deixe-me ver (A bibliotecária pegou o nome do livro e entrou junto com Snape para a seção).

Ana estava com vontade de rir, mas sentiu o rosto arder de vergonha, estava tão feliz que por um triz teve medo de flutuar, sentia-se leve como brisa!!!!! Ela pegou o livro que Snape lhe estendeu e imediatamente viu o envelope e o abriu. Encontrou a carta resposta que Snape havia escrito e que a coruja não havia levado...

“Querida Amiga,

Fiquei deveras feliz com a sua última carta,
Mas tenho de confessar uma coisa,
Arrependi-me profundamente do nosso primeiro acordo,

Suas cartas mudaram o meu modo de encarar a vida,
É difícil de dizer isso, não sou o tipo de homem
Que tem rompantes sentimentais...
Mas não posso viver sem tê-la junto de mim, querida
Por favor,continue a me escrever e me faça feliz!!!

Vamos marcar um encontro pessoalmente?
Que tal no último dia de aula?
Encontre-me à noite nas masmorras,

Não me importo como você seja,
Sinto-me terrivelmente apaixonado pela senhorita

E a propósito:

Eu também te amo,

PS:Espero resposta.


Ana sorriu,e então escreveu rapidamente em um pedaço de folha:

“Me espere no seu quarto hoje a noite, irei visitá-lo para conversarmos pessoalmente”

Ela ficou um pouco vermelha quando se dirigiu ao professor de poções, que voltava da seção proibida, com a bibliotecária:

_Professor Snape... O livro que o senhor me pediu... Está na página 10... A resposta....(Ana falou tentando parecer normal).

_Obrigado senhorita Lemenhe.(Snape falou seriamente enquanto saia)

Nas masmorras ele leu o bilhete e uma onda intensa de felicidade fez o seu corpo esquentar de um modo inesperado, ele sorriu e esperou: a noite chegaria rapidamente e finalmente poderiam conversar pessoalmente.


11 – A última noite em Hogwarts


Ana sentia-se nas nuvens, arrumou todas as suas coisas e fez suas bagagens rapidamente. Colocou sua coruja na gaiola e tomou um banho prolongado, conversou minimamente com suas colegas no magnífico jantar de despedida. Sentia os olhos de Snape observando-a,mas ela não o fitou nenhuma vez,poderia esperar mais alguns minutos.

“Vou fazer charme até chegar nas masmorras...e então sim...”

Snape estava realmente fitando Ana intensamente, pois ele não havia observado quanto ela era sua aluna, seria muito baixo de sua parte, mas agora ele via o quanto a moça era bonita, encantadora, suave e simpática. A sua beleza era diferente de tudo que ele havia visto, era uma beleza tímida e recatada, suave como um jasmim e tão delicada quanto uma rosa. Agora ele podia ver o que antes as vendas, que ele havia imposto a si mesmo, não deixavam: a lufa-lufa era perfeita, tinha tudo que ele havia desejado para si durante anos. Se não fosse amor o que ele sentia por ela, sinceramente, Severo não saberia mais o que seria.

Eram oito horas da noite e alguns minutos todos os alunos da lufa-lufa do sétimo ano, haviam deixado seus aposentos para juntarem-se aos outros alunos do sétimo ano das demais casas em uma festança em Hogsmede, como eram todos maiores de idade, eles geralmente iam para um bar comemorar a colação de grau e beber muita cerveja amanteigada.

Ana deu uma desculpa qualquer e fingiu estar indisposta para a festa, desculpou-se com suas colegas e simplesmente ficou na cama deitada, fingindo dormir. Quando todos simplesmente haviam saído, ela trocou-se e vestiu um lindo vestido azul marinho, que realçava ainda mais sua beleza. Ela queria estar linda e por isso usou a sua melhor roupa, penteou os cabelos e colocou uma fivela belíssima, perfumou-se com uma fragrância suave e usou uma maquiagem clarinha, mas provocante. Ao olhar-se no espelho, ela só desejou que Snape a achasse bonita e sorriu para si mesma. Ela saiu sorrateiramente e aproveitou os corredores desertos para pensar mais uma vez no que estava prestes a fazer:

“Não tenho mais dúvidas....só certezas”

Ana estava de frente dos aposentos do mestre de poções de Hogwarts, deu três suaves batidas e abaixou a cabeça e quando levantou-a novamente, viu a porta abrir. Ainda um pouco hesitante, Lemenhe entrou devagar e disse suavemente:

_Severo?(Ana não havia visto ninguém)

_Você está...muito...bonita...(Snape saia do escuro e caminhava em direção a Ana, seus olhos negros vidrados nela, brilhantes e tentadores)

_Obrigada...são seus olhos.(Ana sorriu gentilmente, nunca ninguém havia olhado pra ela daquela forma, aquilo tudo era novo e excitante, ela estava gostando de tudo).

_Linda!!!(Snape simplesmente segurou-a pela cintura, levantou-a um pouco e a beijou)

_Você está corada?(Snape observava Ana tomar fôlego)

_Você me deixa assim...(Ana desviou os olhos dos dele, queria ficar calma)

_Ana, você fica ainda mais bonita assim...(Ele não conseguia parar de olhá-la).

_Sente-se por favor...

O quarto de Snape era muito simples, mas charmoso, entraram em uma aconchegante ante-sala com lareira que deixava antever o quarto por uma porta aberta. Ana percebeu na penumbra do quarto uma enorme cama com dossel verde e prata, mal iluminada pelo pouco de luz que lá chegava. Eles sentaram no sofá de couro macio defronte à lareira e Ana olhou curiosa para o rosto dele, os olhares encontraram-se em um silêncio cúmplice e doce.

_Ana...o que você pensa em fazer ao sair daqui.(Snape começou uma conversa)

_Eu penso em...escrever...quero ser escritora.

_Uma boa profissão, combina com você... (Ambos riram do sarcasmo dele)

_Ana... Eu sempre quis lhe fazer uma pergunta...

_Esse é o momento, caro amigo... (Ela sorriu docemente)

_Por que nunca me procurou pessoalmente?

_Eu tive medo...(Ana olhou para o chão)

_Mas você é muito corajosa...(Snape observava avidamente o rosto da moça a sua frente).

_Eu não sou...

_Descordo plenamente minha linda... Mas saiba que sendo corajosa, ou não, eu continuo te amando....

_Às vezes eu penso que você está brincando comigo. (Ana não olhava Snape diretamente)

_Não...você me conhecei, eu não sou de brincadeiras...(Snape acariciou o rosto de Ana e sua voz era suave).

_Severo... Eu quero uma coisa... (Ana o encarou, mas suas feições eram traquinas)

Snape levantou uma sobrancelhas desconfiado.

_Você trapaceia e ainda vem me fazer exigências...(O tom dele era suave e não estava zangado).

_É...eu acho que mereço por agüentá-lo...(Ela sorriu para ele).

_Saiba que ainda estou traumatizado devido ao episódio do corujal...(Snape levantou-se elegantemente, olhando-a cheio de terceiras intenções).

_Foi muito engraçado....você cheio de penas...(Ela levantou-se,e riu ao imaginar a cena novamente).

_Acha engraçado senhorita Lemenhe? (Ele a olhou por cima)

_Hilariante!!!!!!(Ela falou provocando, enquanto caminhava em torno dele)

_Aham...vejamos o que acha disso...(Snape a agarrou pela cintura e a distribuiu vários beijos curtos do pescoço até o canto da boca, quase encostando nos lábios dela e parou quando percebeu que a garota estava tonta).

_Você é mal!!!!! Por que parou??? (Ela falou sorrindo. Enquanto, Severus a encarava pensativo)

_Ana....não faça assim...(Snape parou, pois ela despertava nele desejos profundos e perigosos...)

_Sabe o que eu acho???

_Vai me avaliar???(Snape sorriu).

_Aham... (Ela afirmou positivamente).

_Muito bom....mas ainda não excede as minhas expectativas....(Ela riu ao ver a cara perplexa dele).

_E eu que sou severo em meus julgamentos?

_Você me ama? (Ela colou seu corpo ao dele e delicadamente segurou uma de suas mãos).

_Você ainda duvida? (Os olhos dele eram negros e profundos)

_Então...me dê o que eu quero...

_Você não me disse o que queria? (Ambos jogavam)

_Primeiro diga que vai me dar...eu sei que você pode...não é nada demais!!!

_Está bem...eu darei!(Snape vencido pelo sorriso dela, não agüentava olhá-la por muito tempo sem ter vontade de beijá-la e então descançou sua testa na dela. A proximidade dos porpos era torturante).

_Eu quero dormir hoje no seu quarto. (Ana sussurou no ouvido dele,ela não viu o rosto dele mas algo dizia lhe moça que ele havia sorrido).

_Eu não sei se é uma idéia boa...Ana....(a jovem começou a beijar o pescoço dele).

_Por favor,Ana...(Snape afastou-se dela)

_Você mentiu pra mim...não me deseja?

_Desejo mais do que você imagina...

_Você não é mais meu professor....Quer ser meu apenas meu amigo,não é????????Está tudo bem... Eu vou embora!!!(Ana falava normalmente mais por dentro estava rachando).

_NÃO!!!(Snape a impediu agarrando-a pela cintura, seus olhos nos dela)

_Eu te amo Ana... mas do que eu gostaria...e te desejo...mas do que você imagina.(Ana o olhava, sua boca entreaberta, seus olhos fixos no negro. A garota não esperava uma atitude tão romântica.)

_Severo...(Ele a beijou, com todo a sua vontade, quase agressivo. Ela gostou e percebeu que queria mais).

_Eu quero que tenha certeza... você está brincando com fogo!!!!!(Os olhos dele brilharam perigosamente).

_Se você é o fogo...eu quero me queimar!!!

_Ana...

_Você prometeu...

E Snape não resistiu mais, ergueu-a nos braços e a levou para a sua cama. Os dois tiveram momentos intensos e inesquecíveis.

Pela manhã Ana foi embora de Hogwarts, mas não saiu da vida de Snape. A moça ainda escreveria muitas cartas para ele. Aquele era o início da relação dos dois e de uma vida plena e feliz!!!!!!!


“Que não seja imortal, posto que é chama. Mas que seja infinito enquanto dure”.

Vinicius de Moraes, "Antologia Poética".

domingo, 14 de junho de 2009

Fic de Lia Snape

Nome da fic: Três
Autor: Lia Slytherin Snape
Censura: 18 anos
Gênero: Drama, Romance
Spoilers: Nenhum
Avisos ou Alertas: Violência, sexo explícito
Desafio: “2 – Aproveitando que Hogwarts está vazia com o recesso escolar, Sirius, o novo professor de DCAT decide tomar um banho no lago. Rita Skeeter, que estava rondando a escola, flagra o animago no momento em que ele sai nu do lago. Dumbledore, na tentativa de conter o assédio designa Severus para fingir ser o “companheiro” de Sirius. O que acontecerá quando Severus descobrir que há mais em Sirius do que ele demonstra? E Sirius, conseguirá ver e descobrir o que Severus esconde sob suas vestes negras?"
Resumo: A obsessão de Rita Skeeter por Sirius transforma a rixa entre o animago e Snape em uma relação inusitada.
Notas: Agradecerei comentários e críticas !
Agradecimentos: A todos os leitores e o pessoal do grupo Snape Fest.
Disclaimer: Todos os nomes e personagens que você consegue reconhecer são de JKR, os outros são meus.

De pé à beira do Lago Negro, Sirius observou a própria imagem refletida nas águas cintilando convidativas à luz do luar.

Há quantos anos o animago não punha os pés em Hogwarts – pelo menos sem estar foragido da Justiça?

O tempo e as agruras da vida transformaram o jovem Don Juan de sua época em um homem amargo e arredio. O cárcere injusto roubara-lhe a juventude e o frescor da mocidade, mas Sirius Black ainda era senhor e dono das lembranças dos melhores anos de sua vida.

Respirou fundo, ainda a mente enevoada pelas imagens do passado glorioso – lembranças que principiaram a lhe dar idéias.
Quando fora a última vez que experimentara a delícia da água gelada do lago envolvendo-lhe todo o corpo nu? Mordeu o lábio inferior, embatido numa luta interior.
Seria o cúmulo da infantilidade trocar a confiança de Dumbledore por alguns minutos de prazer.

A possibilidade lhe acenava, a imprudência soprando-lhe mil argumentos aos ouvidos.
Talvez pudesse se arriscar ! Nenhum aluno ficara no castelo durante as férias. Àquela hora, Filch certamente se entocara no quarto de dormir, enquanto o guarda-caças por certo roncava alto demais para perceber qualquer anormalidade fora da charneca.

“Ora... Só um mergulhinho em nome dos bons tempos, que mal tem? A gente só se fode na vida, nenhuma diversão...!” – Disse com raiva, arrancando a camisa, afoito, a jeans caiu a seus tornozelos, num barulho macio.

Detrás do grosso tronco do velho carvalho, a repórter apurou as vistas, procurando um melhor ângulo para espionar o homem que seguia desde o instante em que ele deixou o castelo e se esgueirou feito um ladrão no rumo da floresta.

Nu, como viera ao mundo, ela assobiou baixo, os olhinhos de besouro admirando cada milímetro do corpo do homem grande e esguio. Sirius deu um pique e se atirou às águas escuras e frias, emergindo rápido, filetes translúcidos escorrendo pela pele alva, arrepiando-lhe os pelos.

Por ocasião da adolescência de Skeeter e Black, vivida em Hogwarts, o grifinório não selecionava as garotas com quem vinha a se deitar às margens do lago. Generoso, temperava a fornicação com doses de carinho, arremedo de namorico romântico.
Não fazia caso de cor, raça ou tipo físico. Bastava demonstrarem desejo de estar com o rapaz e ele devorava-as todas. Nenhuma teve do que se queixar – Exceto, talvez, pela única que o animago desprezou. A loirinha de rosto pustulento e óculos fundo de garrafa não era um modelo de beleza, mas até comível, em vista de outras bem piores que Sirius cobrira na calada da noite. Mas o apetite desesperador para fuxicar a vida alheia, bem como o modo ostensivo como se oferecia o enojavam.

A recusa em possuí-la ainda era uma incômoda ferida aberta na auto-estima da jornalista, mesmo após mais de uma década. A paixão platônica da adolescência, permeada de rancor, adormecida pelo passar dos anos e distância, transformara-se num piscar de olhos numa obsessão. O safado estava vulnerável, ao alcance de uma denúncia – perderia o emprego, talvez até a liberdade novamente !

“ E ainda seria pouco !” – Rosnou entredentes, a mão manicurada numa cor berrante apertou a bolsa amarelo-gema. Dumbledore precisava tomar providências, ou os pais de alunos ficariam sabendo que um professor que não honrava o cargo nadava em pelo a um palmo do colégio de crianças !


A Travessa do Tranco parecia ainda mais terrível sob o céu fechado, carregado de nuvens cinza chumbo.
Era o único lugar onde Rita Skeeter não ousaria dar com os costados, nem mesmo sob a forma de besouro.

Snape e Sirius tinham plena ciência de que, na travessa de clientela duvidosa, qualquer descuido poderia ser o convite para encrenca com as pessoas erradas. Seguiram reto rumo ao bar, circulando discretos pela multidão de bruxos mal encarados que os espreitavam de rabo de olho.

Entraram rápido pela porta mal conservada, sobre a qual a tabuleta tosca oferecia refeições e bebidas. Tomaram os assentos que a garçonete trajando um capuz escuro lhes indicou, estendendo um dedo meio torto. Sirius mal moveu os lábios para pedir duas cervejas amanteigadas, a mulher se afastou em silêncio.

O padrinho de Potter vira como o sonserino mal tocara na cerveja amanteigada, o rosto mais pálido do que de costume.

Snape curvou-se levemente para a frente, diminuindo o tom, de modo a falar o mais baixo possível.

“ Vou direto ao ponto, Black. Não é segredo que pouco me importo com o que acontece ou deixa de te acontecer, grifinório. Mas tenho uma dívida de gratidão com Albus, dívida tão grande que nem se me desdobrasse em quatro, jamais poderia quitar. Somente por isso irei resolver o seu problema com Skeeter.”

O animago virou os olhos, em deboche. Custara, mas Dumbledore finalmente estava ficando esclerosado, observou, agitando levemente a garrafa na mão trêmula de nervosismo. A alcoviteira somente aceitara substituir Pincenez por ocasião da doença da bibliotecária não por camaradagem, e sim por identificar uma polpuda fonte de “furos” jornalísticos.

“Como um verme anti-social como você pode me ajudar a me livrar da sanha de nossa amiga carente, Sebosão? Se a alternativa ao escândalo nos tablóides for dar a ela o que ela quer, eu passo.” – Abana a mão no ar – “ Não achei meu pau no lixo... E nem tenho mais quinze anos, agora sou bastante seletivo.” – Sibilou, erguendo o sobrolho, a garçonete continuava encarando-os à distância, o trapo sujo insistindo em enxugar o mesmo copo numa repetição suspeita.

Snape tomou fôlego, apertando os lábios.

“ Sirius Black... a solução é muito simples... Você nunca teve tesão por mulheres tampouco conseguiu satisfazer mulher alguma porque é gay.” – Disse pausadamente, vendo os olhinhos caninos de Black se arregalarem em revoltada surpresa. Ato contínuo, arredou da cadeira, jogando-a para o lado, as mãos já voavam para o imaculado colarinho do Mestre em Poções.

“Comeu merda, perdeu a noção do perigo?” – Gritou, mas tudo o que lograra com o triste espetáculo fora chamar a atenção dos transeuntes para sua presença. Snape, entediado, chiou entredentes que voltasse a seu lugar e calasse a boca.

“ Se conseguir raciocinar como humano – ao menos tentar esquecer os instintos de cão pulguento ! – Conseguirá compreender que a idéia de Albus foi brilhante. Se Skeeter, por vingança, ao saber que tens um amante, publicar isso nos jornais, nenhum dos pais de alunos acreditará. Muitos deles estudaram conosco, logo conhecem sua fama de predador de mulheres.” – Pigarreou, num movimento seco soltando-se das garras do agressor. Espanou as próprias vestes com as mãos, num gesto de desagravo a Sirius, antes de tomar assento. Black continuou de pé, com ar abobado.

“ Hum... Está bem... Mas e daí? A idéia é essa, mas como prosseguiremos?”
“Primeiramente, sente-se.” – Severo disse em tom imperioso – “ Já atraímos atenção o suficiente, ou você quer arranjar uma briga com esses bruxos de caráter duvidoso?”

Black deu de ombros, irritado, mas obedeceu. Resmungando, tomou um longo gole da cerveja. Snape fungou e retomou do ponto de onde parara.

“ Se for deliberadamente procurá-la para se confessar, o tino profissional dela recusará a idéia de pronto. – “Ponderou, veeemente – “ Ela precisará dar o flagrante, vê-lo com outro homem em situação, digamos... comprometedora.”

Sirius soltou uma risada pelas narinas, incrédulo. Nenhum homem prestaria-se a um papel daqueles...! Quem seria o louco que concordaria com o teatro vergonhoso?

Snape ergueu uma sobrancelha, muito sério.

“Eu.”

O tiro poderia sair facilmente pela culatra. As aulas já haviam começado, Hogwarts via-se de novo lotada de estudantes. Bastaria um deles testemunhar o encontro noturno dos dois homens na floresta e não haveria no mundo desculpa que impedisse um escândalo ainda maior do que o que Rita ameaçava causar.

Severo estendera o alcochoado sobre a relva e deitara-se de lado – Ao contrário de Sirius, não demonstrava nenhum pudor em exibir o corpo nu.

“ Ei... Não quero ver essa piroca Sebosa, Snape... Tapa essa porra aí, se pensa que intenciono dar algum toque realístico a essa brincadeirinha, tira o cavalo da chuva.”

Sirius guardara alguns metros de distância de Snape, mesmo de costas, uma das mãos cobria o sexo, a outra segurando o Mapa do Maroto. Desconfortável psicologicamente, via-se incapaz de sustentar o olhar do homem despido.

“ E se, ao invés de Rita, outra pessoa passar por aqui?” – Black gaguejou, subitamente alarmado com a probabilidade, apurando as vistas na direção do castelo. A noite lhe parecia serena demais para seu gosto...

Snape suspirou de enfado e se virou de bruços, as nádegas brancas roliças apontando para o céu.

“ Não sei porque ainda me admira sua insipidez, se grifinórios são sempre obturados mentalmente... !”

E Sirius não poderia sair diferente dos seus. Então não notara que a garçonete de capuz na Travessa do Tranco era a professora Loleatta Perkins.

“ Com poção polissuco atochada até o rabo... Muy amiga de Skeeter. Conheci pela voz....”

Severo empregara oportunamente um feitiço não verbal que a fizera escutar somente o que era necessário para que o plano vingasse. Sirius engoliu em seco. Tinha de admitir que Snape era dono de uma ótima presença de espírito.

O Mapa do Maroto indicava que Skeeter deixava o castelo naquele instante – a legenda que a identificava acercava-se da Floresta muito rápido – claro sinal de que vinha na forma animaga.

“ Vamos, Black... Deite-se aqui... Se não quiser ser obrigado a comer a futriqueira, acho bom parecer convincente...” – Severo deu uma palmadinha no acolchoado. Sirius pestanejou, mas jogou-se ao lado do homem, trêmulo. No impacto, os sexos se roçaram levemente, Snape estremunhou, Black o notou, congelando de pavor. Um silêncio constrangedor se abateu sobre os homens.

“ Chegue mais perto.” – Snape ciciou, ao ouvir o zumbido alto se aproximando, jogou a perna sobre a cintura de Sirius, estreitando-o contra si, sem aviso prévio, colou a boca à do outro homem. O odor levemente almiscarado dos cabelos escuros de Severo pareceu intoxicar-lhe o sangue, Black permitiu-se pegar molemente, sem protestar, a língua abrindo-lhe a boca e sugando sedenta, mãos fortes de homem apertando-lhe as nádegas.com urgência.

Se não fosse pelo grito providencial da mulher, não saberia se teria libertado-se do jugo do safado. Virando-se para ela, aturdido, pensou que jamais lhe passara pela cabeça que um dia agradeceria a Merlin pela presença de Rita.

A animaga corara até a raiz dos cabelos, a boca aberta para quase rasgar, num ricto de dolorosa surpresa. Então não se tratava de conversa fiada, inveja de Lola Perkins...

Irada, avançou até os dois, se jogando de joelhos para acertar o animago com a frasqueira verde-limão. Snape, posando de dono e senhor do outro, tomou-lhe as dores.

“ Tire suas patas do meu homem, sua racha malcheirosa.” – Disse entredentes, a medindo de alto a baixo com nojo.

“ Sirius é gay, sim, qual o problema? Ele era moleque e só comeu aquelas infelizes para dissimular a verdadeira orientação sexual...” – Snape ergueu-se rápido, puxando um atordoado Black pelo pulso. Os olhos de Skeeter estavam quase do tamanho de pires quando ela os pousou na ereção de seu objeto de desejo – era o sinal decisivo de que ela interrompera o colóquio do estranho casal...Recuou dois passos, pestanejando afetadamente.

Mas por que, mesmo após aquele espetáculo dantesco, a intuição feminina e seu instinto de jornalista ainda gritavam por cautela?

“ Eu... ainda não acredito !” – Bateu o pezinho calçado de cetim no chão, num gesto de birra infantil. – “Não, não e não ! E isto ainda não acabou !” – Avisou, o indicador apontando-lhes em sinal de ameaça. As dimensões do corpo diminuíram rápido enquanto retomava a forma de besouro e sumiu voando na escuridão da floresta.


O assunto em pauta no chá das cinco nos aposentos da professora Loleatta Perkins venderia feito água acaso publicado n´O Pasquim.

Na verdade, a mestra tinha muito mais o que fazer do que perder tempo com os fuxicos da amiga, escusou-se Lola, despejando mais chá fumegante na xicrinha rosa florida. Contudo não conseguiria dormir em paz se sua boa amiga permanecesse na ignorância.

“ Vamos... pare de choramingar, mulher, e me escute !” – Estendeu um lencinho à loira, cuja maquiagem já se derretera, escorrendo dos olhos inchados numa feia linha negra.

Então Skeeter não sabia que não eram poucos os que dariam uma perna ao demo se fosse mesmo verdadeira a ligação de Snape e o ex-presidiário?

Dolores Umbridge, por exemplo, nunca desistira de retomar a direção de Hogwarts, vislumbraria no escândalo uma oportunidade única de afastar Dumbledore de Hogwarts.

“ A questão não é serem gays e namorados... E sim treparem a um passo de um colégio de crianças !” – Loleatta bateu a xícara no pires, estufando o peito de pomba, afetando um prurido moral que ela mesma não possuía. Rita trincou um biscoito nos dentes, nervosa, quase saltitando na poltrona fofa.

“ Mas... o que devo fazer? Ora vamos... Não é justo ! Ele meteu em fulanas muitos mais escrotas do que eu !” – Deu um tapa no ar, sacudindo os cachinhos do cabelo platinado – “É tão óbvio que o Morcegão e Black não têm nada um com o outro ! Eu lembro muito bem de como as vadiazinhas ficavam satisfeitas com as habilidades do cão sarnento ! “ – Bufou, recordando-se dolorosamente de como as outras lhe faziam inveja, vindo contar em detalhes as peripécias à beira do lago.

A língua de Black, tão úmida e quente, sugava-lhes a lubrificação da vagina com uma sede louca... E o modo como as penetravam? Não, senhora, nenhum gay as possuiria com aquela disposição !

Loleatta deu de ombros. Parecia que Rita era daquelas que não reconheciam a verdade nem que ela lhe mordesse o nariz.

“ Já que é isso o que você pensa, só vejo um meio relativamente seguro de termos certeza de que não estão blefando.” – Perkins sorveu o chá floral fazendo um ruído deselegante. Rita alinhou a postura na poltrona estofada, pressurosa.

“ Peça-os para fazerem na sua frente.” – Loleatta estreitou os olhinhos caídos.
A animaga bateu com o joelho na bandeja do chá, num movimento involuntário de pavor. A outra abanou a cabeça, ondeando a varinha para limpar o líquido derramado.

“ Por mais que ele não tenha tesão em você... Tanto asco à sua pessoa a ponto de preferir um macho... aí, realmente, é caso perdido.”

Sirius bateu o giz no quadro negro, ao término da frase. O único som em sala de aula era o do arranhar nervoso das penas dos sextanistas.

As mãos nos bolsos, assobiou baixo, concluindo em silêncio que haviam se passando quarenta e oito horas sem que a fofoqueira tornasse a ciscar em torno dele.

“ Pau no cu de Merlin se finalmente não arranjou outro desafortunado para importunar !” – Pensou, embora uma pontinha de dúvida ainda martelasse-lhe a consciência. Por que seu sexto sentido continuava o mantendo em alerta?

“ Professor Black !” – A voz de Hermione Granger o trouxe de volta à realidade. Mione apontou a coruja que pousara na mesa do mestre, estendendo a pata onde jazia, bem amarrado, um pequeno pedaço de pergaminho. Sirius correu a desenrolá-lo com os dedos tremendo, pressentindo o pior, correu os olhos pela caligrafia miúda e bem feita.

“ Terá de fazer melhor do que aquilo se quiser me convencer a não denunciá-lo nos jornais. Se for de seu interesse evitar um escândalo grande demais para você e esta escola que tanto ama, encontrem-me, tu e Snape, em meus aposentos, hoje, às vinte e duas horas.
PS: Se ignorar-me a mensagem, considerarei como um sinal verde para fazer o que deve ser feito.
Ass: Uma amiga.”

Apoiou-se à cadeira, o coração batendo tão acelerado que era de se admirar que as crianças não o ouvissem.

Hermione Granger perguntou-se quão funesto seria o conteúdo da mensagem, dada a lividez do rosto do professor. Se ele não houvesse se sentado, certamente cairia com tudo no chão.

Ron Weasley pôs a pena de lado e cotovelou Potter, antes de debruçar-lhe aos ouvidos para cochichar.

“ Se quer saber, o seu padrinho e Snape andam de muitos segredinhos. Se eu fosse você, fugiria para as montanhas.”

A alcova sem janelas de Snape era tão deprimente quanto ele próprio. Pairava no ar um odor de plantas e bichos secos – muito diferente do perfume que Black aspirara da pele amarelada do sonserino. Recinto tenebroso, mas o único seguro, à prova de Rita.

Quase às lágrimas, Sirius repetira pela terceira vez o teor da carta de Skeeter a um apático Severo.

O sonserino cruzou os braços, tremelicou as pálpebras sutilmente, num gesto sensual, quase feminino, antes de erguer o olhar escuro à Sirius.

“ Agora que a situação chegou a esse ponto, seria mais fácil abrir o jogo, confessar que mentimos e simplesmente ir para a cama com Skeeter.”

“ Você não está entendendo !” – Sacudiu o pergaminho quase no rosto de Snape, exasperado – “É uma questão de orgulho ! Não é só porque sou homem que não tenho o direito de me negar ! “

Severo fez um meneio positivo. Alguém ali tinha de manter a lucidez.

“ Neste caso... Faremos o que ela quer. Apresse-se. Eu não provocaria aquela cadela no cio.”


Por um lado, a presença dos dois homens nos aposentos da bibliotecária, conforme o combinado, era quase uma confirmação da homossexualidade do ex-prisioneiro de Azkaban, afligiu-se Skeeter, olhando de um para outro. Black agitado, com cara de quem ia para o abatedouro, e Snape sustentando o olhar da loira com uma expressão desafiadora.

“ Este silêncio está ficando constrangedor !” – Rita deu um tapa no ar, tentando esboçar um meio sorriso, cruzou as pernas excessivamente brilhantes, enfiadas nas meias de seda champagne. – “ Na verdade, eu...”

“ Quer que façamos sexo na sua presença.” – Snape cortou, torcendo a boca numa expressão de pouco caso. – “ Muita vulgaridade termos chegado a esse ponto, contudo, se for necessário para que a senhorita se coloque em seu lugar...” – A voz sumiu na garganta quando mãos grandes de Sirius agarraram-lhe o rosto magro. As pernas de Snape bambearam no instante em que a língua do antigo inimigo procurou a dele. Em definitivo, aquele não era um beijo técnico.

Não viam mais Rita Skeeter, seu tailleur amarelo-ovo, ou as caras e bocas risíveis da foguenta. Estavam sós, entregues a uma volúpia intoxicante, maior do que o medo, do que os conceitos que ambos trouxeram desde sempre.

Desta vez era Snape quem estava sob comando dele, Sirius sorriu saboreando uma embriagante onda de poder, ao soltar-se do pretenso amante.
Severo, afinal, era um menininho frágil e pagaria caro por tê-lo contaminado com seu cheiro, o calor quase febril da pele macilenta. O sonserino o empurrara à beira do abismo, era sua culpa se não conseguia parar de pensar naquela maldita noite à beira do lago.

“ Vai ter o que merece... Eu vou acabar com você, Seboso...” – O homenzarrão disse, partindo para cima do outro com os dentes rilhados, numa mescla de ódio e desejo.
Snape tentou recuar, mas estava em desvantagem física. Foi agarrado pela cintura, pelos braços que eram duas tenazes.

“ Vai arriar as calças ou terei de rasgar?” – Black vociferou, já o puxando pelo cabelo, Snape teve a certeza de que tudo o que precisava naquele momento era dos nós dos dedos de Sirius o golpeando até que não tivesse um centímetro sequer de pele sem hematomas... Mas a resposta que saiu, num gemido, foi exatamente outra.

“ Terá de me matar se me quiser tomar à força.” – Arrulhou, o peito subindo e descendo. O ex-prisioneiro afrouxou a pressão e afastou-se cambaleando, afundou os dedos no cabelo alvoroçado. Por que não conseguia parar?

“ Não diga que não avisei !” – Urrou, atirando o sonserino ao chão, os ossos estalaram dolorosamente em contato com o piso duro. Rita Skeeter prendeu o fôlego contemplando Black se jogar sobre Snape, comprimindo-lhe o rosto contra o assoalho.

Ela precisava ver até onde aquilo iria... Ou, até quando seus nervos suportassem !

“ Está bem, está bem, chega, Black, seu desgraçado...” – Snape implorou, sem nenhuma convicção do que dizia, a respiração quente de Sirius na nuca, sentia-se desfalecer sobre o peso do macho irritado. As calças foram arrancadas com tal força que deixaram vergões vermelhos nas coxas. Num puxão, Black o pusera de quatro, as nádegas apontando para cima.

“ É, seu rabinho até que dá pro gasto... Vamos ver se precisa ser recauchutado.” – Riu como um delinqüente, mechas do cabelo desgrenhado grudadas à testa, emprestando-lhe um ar de louco.
Snape só foi se dar conta de que havia ido longe demais quando uma coisa lisa e úmida tocou-lhe a entrada do ânus e forçou penetrar.

“ Porra... EU DISSE QUE CHEGA ! PÁRA, CÃO DESGRAÇADO !” – Contraiu o corpo, as comissuras do ânus esticadas violentamente, ardendo.
As vistas nublada de dor, arregalou os olhos ante a visão de Rita Skeeter sentada no chão à sua frente, saia arregaçada até os seios, as coxas muito brancas afastadas exibindo as dobrinhas rosadas sombreadas externamente por uma fina penugem dourada.

A visão fez algo agitar-se entre as pernas do ex-comensal da morte. Ela estivera friccionando a pequena pérola da ostra – Snape percebera pela umidade visível apesar da penumbra – e ele tivera uma vontade irresistível de provar daquele licor, talvez isso fizesse diminuir o ardor no traseiro bombardeado pelo membro de Sirius.

“ Cachorrinho de madame, é disso que você gosta, de lamber mulheres?” – Exclamou o homem no papel ativo, já ofegando mais pesado, com a proximidade do orgasmo. Rita apertava o rosto de Snape contra si – Atordoado, ele não era capaz de identificar o que mais lhe agradava, se era a textura da vagina ou a dor lancinante que quase o rasgava ao meio – deliciosa dúvida !

Tão logo Sirius esvaiu-se dentro de sua presa – derramando uma profusão de blasfêmias e insultos contra Snape, agonizando de prazer – O sonserino desengatou-se dele e foi se atracar com a loira, a essa altura desfalecida no chão. Despindo-a do incômodo que era a última peça de roupa – indumentária de cor tão escandalosa quanto ela própria – era todo dedos e língua por toda a extensão do corpo níveo. Ainda cansado do embate, Sirius deixou-se ficar assistindo de camarote o espetáculo da felação – Rita abriu a boca sequiosa e úmida para engolir a rigidez que o professor de poções oferecia.

Skeeter tinha fome daquela carne túrgida, mugiu Snape, que a segurava pelo cabelo alvoraçado, ditando o ritmo da carícia oral. Ela não era a primeira a brindá-lo com aquela prática, mas mostrava-se uma adepta prendada.

“ Espera... hmmm.” – Muito embora a boca de Rita fosse um abismo irresistível, Severo simplesmente precisava investir em outra frente de combate. Ergueu-se, a levantando por um braço e a sentou na escrivaninha, abrindo-lhe as pernas com uma mão. A altura era ideal para penetrá-la a seu gosto. Foi aprofundar a estaca pulsante até o âmago, a bibliotecária cravou-lhe as unhas nas costas

Sirius resmungou alguma coisa contra o casal, soerguendo-se e indo ter com os dois, não querendo ser excluído da festa, foi esfregar o pênis nas nádegas de Severo.

“ Qual é, Seboso... Desde quando você gosta de boceta? Do jeito que seu cuzinho apertado abraçou meu caralho... Não mete essa !”

Sirius disse, se rindo, e aguardou a resposta, que não veio. Um incômodo fio de ciúmes foi crescendo-lhe no peito – Mas ciúmes de quem? Rita parecia ter se esquecido de como toda aquela pendenga começara. O Ranhoso, que tanto o provocara, e rebolara gemendo gostoso na ponta de sua lança, também não lhe dava atenção. Diabos, era outro truque, uma tática engenhosa para despertar-lhe o interesse !

“ Muito esperto, remelento.” – Black tentou separar os dois, com um safanão em Snape – “Mas o macho, o comedor aqui sou eu. Vocês dois só tem o direito de levarem pica e ainda dar graças a Merlin por isso !” – Atalhou, arrotando prepotência.

A dupla continuava grudada um ao outro, sacudindo-se num estertor de gulodice, como se houvessem nascido um só. Sirius, colocado de lado, mordido de ciúmes, teve de empurrar Snape longe e ocupar-lhe o lugar nas entrepernas de Rita, que se furtou, ofendida, fechando as coxas e se afastando com cara de nojo.

“ O que é isso, sua vadia oferecida? Pára de fazer doce. Se pensa que com esse charminho vai me conquistar, tira o cavalinho da chuva ! Todo esse escarcéu foi porque você queria meu pau, agora você vai ter, queira ou não !”

“ Por que tinha de vir até mim agora, de livre e espontânea vontade?” – A mulher afastou-se mais quando ele avançou. O jogo perdera toda a graça, queixou-se ela, abaixando-se para recolher as peças de roupa espalhadas pelo piso, bandeiras de guerra, resquícios do embate. O grifinório pestanejou, confuso.

“ Não fode, solteirona ! Vai regular a mixaria? Ta bom...”

Snape ignorou o show de ciúmes, como se não ouvisse o homem que o possuíra, tomou tomou passagem até Rita. Afagou-lhe os bucles desfeitos no cabelo platinado, com requintes de namoradinho, roçando o nariz aquilino no narizinho arrebitado da atrevida, sorvendo-lhe um beijo chupado. Por que ela permitia-se ser pega pelo sujeitinho mirrado, sem corpo, arreganhava os dentes e as pernas para Snape?

“ Querem saber? Fodam-se os dois !” – Black rosnou, arrepanhando a jeans amassada a um canto, inflamado de despeito. – “Você faça o que lhe convier, Skeeter. Quer botar a boca no trombone e dizer que a peguei à força, fique à vontade ! Eu não tenho mais estômago pras suas esquisitices, seus anormais !

Amanhecera rápido demais. Uma nesga de sol dourava a barba matizada de grisalho do homem enrodilhado na cama em desordem.

Sirius rolara de um lado a outro a noite toda, incapaz de conciliar o sono decentemente, assombrado pelo sentimento vergonhoso que o prostrava.

Que sensação cáustica eram os ciúmes... Mas de quem? Severo ou Rita?

Sentou-se, sonolento. Chorara como uma criança no silêncio solitário da madrugada, agarrado ao travesseiro. As garotas um dia brigaram por ele, disputando-lhe a atenção, e agora, uma mulher e um homem o desprezavam.

Seria possível estar apaixonado por duas pessoas?

Decidido a não ficar se atormentando, seguiu ao lavabo pequeno, fungando. Não podia demonstrar fraqueza perante o Seboso e a Besoura... Despiu-se cuidadosamente e entrou na banheira devagar. O estômago contraiu-se de rancor quando ocorreu-lhe que naquela manhã de Sábado haveria a visita a Hogsmead, onde ele e Snape seriam os únicos professores a acompanharem os alunos do primeiro ano. Como olharia nos olhos dele depois da noite passada?

“ Desgraça, a exemplo de bananas, só vêm em penca...” – Escondeu o rosto entre as mãos, emergindo na água morna.